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Angola quer ficar com 25% da De Beers

Exclusivo : Luanda entra no jogo para disputar a joia mais cobiçada da indústria diamantífera global: uma fatia estratégica da De Beers, no momento em que o futuro da gigante está em aberto.

O Estado angolano quer marcar posição no mercado global dos diamantes. Fontes ligadas às negociações confirmaram em exclusivo à Forbes África Lusófona que Angola manifestou a intenção de adquirir cerca de 25% da De Beers, a mais emblemática empresa do setor, atualmente controlada em 85 % pela Anglo American e em 15 % pelo Botswana.
Depois de meses de conversas discretas entre Luanda, Londres e Nova Iorque, a Forbes sabe que foi apresentada à Anglo American e ao governo do Botswana uma proposta clara: Angola quer garantir que a De Beers permanece em mãos alinhadas com a defesa do diamante natural, face à ameaça crescente do diamante sintético, que tem pressionado preços e margens.
Porquê agora? A resposta está na palavra “transição”. A Anglo American anunciou que vai alienar a De Beers até ao final do ano, como parte da sua reestruturação para se concentrar em metais estratégicos. O desinvestimento abriu espaço para uma disputa silenciosa, mas intensa, pelo controlo de uma marca que, mesmo pressionada pelo mercado, continua a ser sinónimo de luxo e poder.
Do outro lado, o Botswana, sócio histórico e atualmente detentor de 15 %, já sinalizou ambições ainda maiores: quer tornar-se o acionista de referência e, se possível, assumir o controlo total da De Beers. Para isso, nomeou o banco de investimento Lazard como assessor financeiro, deixando claro o grau de determinação.

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