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AIP vai formar empresários e gestores de 250 pequenas e médias empresas em tecnologias de produção

Benvinda Catarino, diretora da AIP para a Formação e Desenvolvimento Empresarial, revela ao JE que o projeto de formação privilegia as temáticas da digitalização, inovação e internacionalização, competitividade e sustentabilidade e permitirá o "reskiling" e "upskiling" de 250  profissionais.

A Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) vai capacitar empresários, gestores e quadros de 25 Pequenas e Médias Empresas (PME) da fileira das tecnologias de produção, revela Benvinda Catarino, diretora da AIP para a Formação e Desenvolvimento Empresarial, ao Jornal Económico.

O projeto de formação, adianta, privilegia as temáticas da digitalização, inovação e internacionalização, competitividade e sustentabilidade e permitirá o reskiling e upskiling de 250  profissionais.

“As necessidades da transição tecnológica implicam uma aposta na formação contínua a todos os níveis das organizações, mas não só. Os próprios contextos empresariais necessitam de evoluir tecnologicamente, com impactos nos processos de negócio e de suporte e nas culturas organizacionais”, explica Benvinda Catarino.

A gestora explicou ao Quem É Quem na Formação 2024, publicado na última sexta-feira pelo Jornal Económico, que o desempenho de Portugal ao nível das tecnologias digitais mais comuns é insuficiente: somente 50,8% das PME utilizam um ERP para partilha e integração da informação entre diferentes áreas funcionais e apenas 24,4% utilizam um CRM, o que significa que não dispõem de meios de centralização da informação do cliente, com impactos na identificação das suas necessidades e na resolução ágil de problemas.

Em 2023, somente 34,7% das empresas utilizavam soluções cloud, 10,6% soluções de big data, e 17,3% modelos de inteligência artificial. As metas europeias previstas para a Década Digital apontam para 75% de utilização das várias soluções tecnológicas impactantes para o crescimento e competitividade das empresas.

A formação da AIP será composta por um total de 1.325 horas, realizadas em horário laboral, havendo lugar à atribuição de um incentivo às empresas participantes que, desta forma, permitirá apoiar os encargos salariais dos colaboradores das empresas da fileira das tecnologias de produção nesta ação de reskiling e upskiling.

Validada pelo Pólo das Tecnologias de Produção (PRODUTECH), por se encontrar alinhada com a estratégia de eficiência coletiva do Cluster de Competitividade, a formação enquadra-se no âmbito do COMPETE 2030.

No âmbito da economia digital, a AIP quer ajudar os profissionais a priorizarem um conjunto de iniciativas e investimentos a realizar em tecnologias como manufatura aditiva, robótica, computação em nuvem e internet das coisas e desmistificar a inteligência artificial, salientando o potencial de transformação e inovação que pode aportar aos negócios.

Na internacionalização, a formação incidirá sobre as novas formas de comércio internacional, induzidas pelas tecnologias digitais, que permitirá um acesso mais rápido aos mercados, informação sobre a concorrência e potenciais clientes a custos inferiores face às abordagens tradicionais.

No tema da produtividade, o objetivo passa por incutir novos conceitos e metodologias de trabalho que visam incrementar a competitividade das empresas, através da reestruturação e otimização dos fluxos produtivos, informativos e colaborativos, promovendo melhorias relacionadas com a satisfação dos clientes, a diminuição dos prazos de fornecimento e redução dos custos.

A sustentabilidade, nomeadamente os critérios ESG (sigla do inglês Environmental, Social, Governance, ou Ambiental, Social e Governança, na tradução portuguesa) estão igualmente em destaque. Durante a ação será delineado um plano de atuação perante as especificidades aplicáveis aos sectores das empresas participantes, bem como aos mercados de destino das suas vendas. "Este tópico é especialmente relevante tendo em conta que as PME da fileira irão ser confrontados no curto prazo com o cumprimento dos requisitos ESG, junto de investidores, financiadores e clientes nacionais e internacionais", destaca a responsável da AIP para a Formação e Desenvolvimento Empresarial.

Em concreto, no "S", a AIP vai centrar-se na melhoria do clima organizacional das empresas, promovendo práticas que conduzam à motivação dos colaboradores e consequentemente ao bom desempenho da empresa, integrando nos seus modelos de gestão, valores da transparência, da ética e da responsabilização individual.