O Fórum Económico Mundial (World Economic Forum) recebe esta quinta-feira os últimos nomes sonantes desta 54ª reunião anual em Davos. É um dos dias mais aguardados em termos de geopolítica e tecnologia, porque nos palcos estarão o presidente de Israel, Isaac Herzog, e o “CEO do Ano” 2023, segundo a revista “Time”, Sam Altman.
Fora do país em guerra, o presidente de Israel será recebido pelo fundador e pelo presidente do Fórum Económico Mundial, Klaus Schwab e Børge Brende, respetivamente. Não há muitos detalhes extraordinários sobre esta conversa, além da constatação prévia de que este é o “panorama geopolítico e geoeconómico mais complexo das últimas décadas”.
Como é que a tecnologia pode apoiar a Humanidade, neste contexto de turbulência mundial? E a segurança dos seres humanos, na constante interação com os algoritmos? É nesse debate que entrarão, pouco depois, o criador do ChatGPT, ao lado do filantropo, presidente e CEO da tecnológica Salesforce, Marc Benioff, a presidente e CEO da consultora Accenture, Julie Sweet, e o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla.
Apesar do foco nos algoritmos, é com o continente africano – onde o machine learning ainda parece um oásis para a maioria dos países – que arrancam esta manhã as intervenções na estância de ski suíça. Os membros do grupo de amigos da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA - African Continental Free Trade Area) vão apresentar um plano de ação do sector privado composto por comprimidos para promover o mercado único em África, acelerar o comércio e o investimento intra-africano e impulsionar a posição destas geografias no mercado global.
Na lista de oradores estão o secretário-geral da AfCFTA, Wamkele Mene, o vice-presidente do conselho de administração da Agility, Tarek Sultan, e o CEO e chairman do grupo DP World Limited, Sultan Ahmed bin Sulayem. Os presidentes do Ruanda, Paul Kagame, e do Gana, Nana Akufo-Addo também participarão nesta sessão com jornalistas, bem como a presidente do conselho de administração da Corporação de Desenvolvimento Industrial da África do Sul, Busi Mabuza.
O fórum, que começou na segunda-feira e termina amanhã às 12h00 (hora local), conta com a participação de 120 países, as maiores organizações internacionais, centenas de parceiros empresariais, bem como 2.800 personalidades imponentes na sociedade civil, nomeadamente líderes ou especialistas de determinados sectores ou vozes sonantes da geração mais jovem.
A CEO da Sonae foi uma das oradoras portuguesas ontem neste evento, onde defendeu uma reforma da subsidiarização da formação superior e mais cooperação público-privada na educação dos adultos.
“O modelo tradicional de subsidiarização da educação tem mesmo de mudar. Se nos quisermos requalificar aos 30, aos 40 anos ou até 50 anos – que preciso por causa dos empregos – já não existem os subsídios públicos como temos aos 18 anos. Provavelmente, o sistema de subsidiar universidades já não funciona”, afirmou Cláudia Azevedo, que tem sido presença habitual em Davos.
Outra das descobertas que veio a público na quarta-feira, em Davos, foi a constatação de que colmatar a disparidade de género na saúde melhoraria a saúde das mulheres e permitir-lhes-ia participar mais ativamente na força de trabalho, o que levaria a um aumento de 1,7% no PIB per capita. A conclusão consta do relatório "Closing the Women’s Health Gap: A $1 Trillion Opportunity to Improve Lives and Economies".