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ViniPortugal "medidas de apoio à promoção exterior à UE são essenciais"

Frederico Falcão deixa recado ao grupo de alto nível que a Comissão Europeia quer reunir em torno do sector, mas que a organização não sabe por quem será constituído. Entretanto, o preço médio das exportações está a descer este ano face a 2023.

A Comissão Europeia criou um grupo formado por representantes dos Estados-membros, que vai discutir os desafios e oportunidades do sector vitivinícola e apresentar recomendações até ao início de 2025. A primeira reunião está agendada para 11 de setembro, mas o sector não tem a certeza de quem será chamado a participar no grupo de trabalho.

“Nas últimas duas décadas, o sector vitivinícola da União Europeia tem tido uma história de sucesso […], com as exportações a triplicarem em valor”, destacou, a Comissão em comunicado citado pela Lusa. Mas, apesar do seu contributo para o PIB, o sector enfrenta “desafios significativos” face à quebra no consumo interno, às alterações de consumo e à instabilidade do contexto internacional.

É neste contexto que Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal – organização inter-profissional reconhecida por despacho do Ministério da Agricultura – não tem dúvidas que o grupo de alto nível, para o qual a organização não foi, para já, convidada, é o lugar certo para o sector nacional impor a permanência dos mecanismos de apoio às exportações europeias para países terceiros. Por uma razão que Frederico Falcão tem dificuldade em compreender, a União quer acabar com estes apoios.

“Todos os países europeus produtores estão com problemas, dada a redução do consumo e do comércio mundial de vinhos em 2023. Há excessos de stocks em muitos países e em muitas regiões”, disse em declarações ao JE. “Uma das linhas de orientação que a Comissão tinha pouca vontade de continuar com as medidas de promoção do vinho em países terceiros. A Comissão estava com vontade de acabar com essa medida. Espero que agora percebam [com este grupo de alto nível] que a medida é de facto essencial: temos de estimular cada vez mais a promoção dos nossos vinhos fora da Europa, para ganharmos quota de mercado”.

“Espero que essa venha a sair como uma das conclusões deste tal grupo de alto nível”, afirmou ainda – apesar de “a questão é saber-se quem e o grupo de alto nível, quem são as pessoas que vão estar a debater”.

Segundo o comunicado, o grupo de trabalho de alto nível será um fórum de debate destas questões, de onde deverão também sair algumas soluções. Até ao início de 2025, este grupo deverá apresentar um conjunto de conclusões e recomendações.

Que o sector aparente de facto precisar. Entre janeiro e maio deste ano, Portugal exportou vinhos no valor de 375,9 milhões de euros, mais 4% que os 361,6 milhões atingidos no mesmo período do ano passado. Mas Frederico Falcão chama a atenção para um dado que a receita não torna claro: o preço médio por litro de vinho exportado passou, para os períodos em referência, de 2,82 euros litro para 2,66 – uma descida de de 5,7% que “é muito preocupante” – e que implica a urgência das referidas medidas de promoção exterior ao bloco dos 27.