O mostrador é muitas vezes conhecido como a face de um relógio. Mostra o seu espírito. Nele, vê-se quase tudo. Não é apenas a luz que reflete o carácter, o espírito e a vitalidade de um modelo, mas é sobretudo a sua energia que acaba por nos convencer. Uma das novidades mais surpreendentes deste ano da Rolex é precisamente a que tem a ver com a utilização de materiais que vieram de fora do sistema solar, no caso meteoritos que caíram na Terra. São novidades que fazem parte da sua coleção Oyster Perpetual, e incluem três novas versões do modelo Cosmograph Daytona (em ouro branco, amarelo ou Everose 18 quilates), modelo projetado inicialmente em 1963 para atender às necessidades de pilotos de corrida profissionais. A novidade tem um detalhe inusitado e bem especial: um mostrador feito de meteorito metálico - um material natural raro do espaço. E que, agora, acaba no pulso dos eventuais utilizadores.
Afinal, a apresentação deste trio de novos modelos Daytona, sendo uma mudança, representa também uma continuidade face a tudo aquilo que é hábito encontrar na linha que acompanhamos há anos e que tem a sua grande legião de seguidores. Ou seja a mesma caixa de 40mm de ouro, a mesma cerâmica negra ou o mesmo movimento calibre 4130 e os mesmos tipos de bracelete. Trata-se de uma fórmula mágica e vencedora e não parece haver razões para mudanças importantes. O mostrador de meteorito confere-lhe, contudo, uma personalidade muito própria. Não é uma novidade total, porque a Rolex desde há algum tempo que usa este material, embora num modelo Daytona com caixa de aço e com números romanos. Estas opções com mostrador de meteorito acabam por ser uma boa opção em termos estéticos, aproveitando o contraste e o grão cristalino dos materiais utilizados.
Apesar de não serem edições limitadas, estes novos modelos acabam por ser extremamente aliciantes, mesmo em termos de investimento, por causa dos materiais utilizados na conceção. Ou seja, sendo desejáveis, acabam por também poder ser objetos de coleção. Até porque sendo de meteorito - garantem a possibilidade de se utilizar algo que não está disponível na Terra - acabam por transmitir uma história carregada de poesia e de mistério. Trata-se de materializar uma longa relação do olhar do homem com objetos celestiais que percorrem milhões de quilómetros no espaço ao longo de tempos infinitos. Transbordam poesia e ela reflete-se naquilo que quem os possuir terá no pulso. Para sentir e ver. Na sua viagem através do espaço, os fragmentos vão sendo sujeitos a uma forma de cristalização que é impossível de recriar na Terra. Os meteoritos metálicos são extremamente difíceis de trabalhar e cortar em seções iguais para ser utilizados, como nos relógios. Por tudo isso, estes Cosmograph Daytona da Rolex acabam por ser opções muito apetecíveis.