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Uma presidência marcada pelas presidenciais

Com a agenda muito preenchida, Emmanuel Macron assume a presidência da União a pensar nas presidenciais francesas. E também a pensar naquilo que será a Europa pós-pandemia, área onde terá de convencer a Alemanha a aceitar flexibilização dos critérios de convergência.

A França assume em 1 de janeiro a presidência rotativa do Conselho da União Europeia em substituição da Eslovénia, mais ou menos na mesma altura em que a corrida para as presidenciais francesas (entre abril e maio) começará a entrar na sua fase mais agitada. E isso, dizem não só os analistas como os que já se posicionaram como candidatos (o atual presidente, Emmanuel Macron, ainda não o fez, mantendo o tabu perante Marine Le Pen, Valérie Pécresse ou Éric Zemmour).

De qualquer modo, tendo a presidência do Conselho da União Europeia vida própria – a que se alia o facto de, nestes quatro anos, Macron ter sempre usado a frente externa para obliterar os dissabores da política interna – o presidente francês decidiu preencher a agenda dos primeiros seis meses do ano com um programa não apenas extenso, mas também digno de uma verdadeira presença de Estado. “Uma Europa poderosa no mundo, totalmente soberana”, alicerçada em três eixos fundamentais: “renascimento, poder e pertença”.Eis o não pouco ambicioso plano de Macron.

Aquando da sua apresentação, a 9 de dezembro o presidente francês disse que “devemos passar de uma Europa da cooperação dentro das nossas fronteiras para uma Europa que seja poderosa no mundo, totalmente soberana, livre nas suas escolhas e dona do seu destino”. “Este conceito, que parecia impensável há quatro anos, permite ancorar que nós, europeus, membros da NATO ou não (...), temos ameaças e objetivos comuns”. Reminiscências do trauma da criação do AUKUS e das relações bilaterais com os Estados Unidos? Assim parece.

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