A quase um ano das presidenciais, em outubro de 2022, a grande dúvida entre os brasileiros não é se o ex-presidente Lula da Silva se vai candidatar. A dúvida é se Jair Bolsonaro irá ou não recandidatar-se. E pode não o fazer, por uma razão simples: as expectativas de um segundo mandato diminuem todos os dias. A desistência é a única forma de impedir a humilhação de perder contra alguém que ajudou a meter atrás das grades.
Tal dúvida não é de somenos. Se Bolsonaro não avançar, o ex-ministro Sergio Moro – aquele que de facto empurrou Lula da Silva para a prisão – pode ganhar o alento que as sondagens não lhe dão. Surge em terceiro, mas com menos de metade das intenções de voto em Lula ou Bolsonaro.
Todas as sondagens indicam que Lula vencerá a primeira volta e também a segunda contra qualquer rival. A interrogação é se o provável candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) encontrará uma alavanca para vencer à primeira volta (uma sondagem dá-lhe 48%, a dois pontos percentuais mais um voto). Essa alavanca pode ser uma aliança com uma figura do centro que lhe permita alargar a base de apoio. Os jornais brasileiros insistem em Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, que se desfiliou do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e pode estar a caminho do Partido Socialista Brasileiro.