Em O Sol do Futuro, estamos perante um catálogo dos temas de eleição e das obsessões, idiossincrasias e artifícios narrativos de Nanni Moretti: a autoficção irónica e a metatextualidade cinematográfica, o comentário da actualidade e a reflexão pela sátira sobre o estado do cinema, a crise do casal e a radiografia das convulsões e decepções da esquerda, mas tudo em tom menor e frouxo, num desconsolo muito déjà vu, distante da verve, da inventividade e do desembaraço do Moretti dos tempos de Sonhos de Ouro, Querido Diário, Abril ou O Caimão, este o seu último grande filme.