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TUMO Coimbra. Pedro Santa Clara abre projeto educativo de sete milhões

O professor de Finanças que trouxe para Portugal a Escola 42 inaugura, esta quinta-feira, em Coimbra, o primeiro TUMO da Península Ibérica. O centro de tecnologias está instalado num edifício cedido pela Altice e o investimento é financiado por empresas e fundações ligadas à cidade.

Depois da 42 Lisboa e da 42 Porto, Pedro Santa Clara, o professor catedrático de Finanças que liderou a operação de financiamento do campus da Nova SBE em Carcavelos, inaugura esta quinta-feira, 28 de setembro, em Coimbra o primeiro centro de tecnologias criativas TUMO da Península Ibéria.

Trata-se de um projeto educativo gratuito e complementar ao ensino formal e visa capacitar os jovens para tirarem partido dos desafios e oportunidades da sociedade do futuro.

“Existe uma necessidade estrutural de qualificar a próxima geração para o mundo digital. A implementação de um centro TUMO permite gerar impacto imediato e alargado”, explica Pedro Santa Clara. Esta é uma proposta que promove “a criatividade e a autoconfiança” dos estudantes, uma vez que o “percurso é personalizado e cada um anda ao seu ritmo”, salienta.

TUMO Coimbra, que conta já com 1.000 jovens inscritos, vai funcionar no edifício Correios, Telégrafos e Telefones, de 2000m2 no centro da cidade, cedido pela Altice Portugal, que foi reabilitado e transformado no interior e equipado com tecnologia de ponta.

O investimento é de sete milhões de euros, valor que inclui obras de reabilitação e equipamento do centro e assegura os primeiros quatro anos da operação. O investimento é financiado por empresas privadas e instituições públicas. A saber: Critical Software, Licor Beirão, BPI, Fundação "la Caixa", Fundação Santander Portugal, Fundação Calouste Gulbenkian, Câmara Municipal de Coimbra, Altice Portugal, Oxy Capital, e Paulo Marques e Pedro Bizarro, fundadores da Feedzai.

Coimbra marca o início de um programa de vários centros de educação TUMO que vão abrir em Portugal, adianta Pedro Santa Clara.

O programa pode ser frequentado por jovens dos 12 aos 18 anos, com sessões presenciais de duas horas, duas vezes por semana. São oito as áreas de competências que o TUMO Coimbra oferece: Fotografia, Animação, Desenvolvimento de Jogos, Programação, Música, Design Gráfico, Cinema e Robótica.

Depois de uma fase de exploração das várias áreas, cada estudante escolhe as que mais gosta e dá início ao seu percurso de aprendizagem. Este é feito presencialmente no centro, ao seu próprio ritmo e colaborativamente com os colegas. O plano passa por várias etapas à medida que vai completando um conjunto de atividades modulares com níveis crescentes de dificuldade. Cada aluno é acompanhado ao longo de todo o seu percurso pela equipa educacional, que dá apoio constante e assegura o desenvolvimento de cada aluno e do seu potencial único.

Ao longo das várias etapas são realizados workshops práticos liderados por especialistas em cada área, e, no final, são organizados laboratórios avançados, multidisciplinares, com especialistas convidados que vão trabalhar com os alunos em projetos do mundo real. No final do percurso, cada jovem terá um portfólio com os trabalhos realizados, um registo individual das suas aprendizagens e realizações.

Filipa Cunha é diretora do TUMO Coimbra. "Este dia é o início de uma transformação na forma de aprender e no futuro dos jovens em Coimbra e em Portugal", afirma. "O objetivo é fazer do TUMO um espaço onde todos sentem que se podem desenvolver, desde os estudantes, à equipa e à comunidade que vamos construir”.

O TUMO Coimbra é desenvolvido por uma associação de natureza privada sem fins lucrativos que tem como objetivo promover o desenvolvimento educativo, criativo, cultural e tecnológico junto da camada mais jovem da população, através de modelos pedagógicos inovadores. Neste projeto, Pedro Santa Clara está acompanhado pela equipa que desenvolveu o novo campus da Nova SBE e fundou as escolas 42 Lisboa e 42 Porto.

O TUMO Center for Creative Technologies foi fundado em 2011, em Erevan, na Arménia, contando atualmente com 25 mil alunos inscritos a nível mundial. A internacionalização arrancou em 2018 e foi direcionada à Alemanha, França e Suíça.

No ano letivo 2023/2024, além de Portugal, abrem novos centros na Alemanha e nos Estados Unidos.

 

TUMO aos olhos dos financiadores

Hoje é um dia importante para a cidade de Coimbra e para as gerações mais jovens. Hoje é o primeiro dia de uma história de sucesso, movida pela vontade de ensinar e de aprender. A Altice Portugal associou-se ao projeto TUMO com o propósito de responder à necessidade estrutural de qualificar a próxima geração para a nova sociedade e economia digital, afirma Ana Figueiredo, presidente executiva da Altice Portugal.

Para Artur Santos Silva, curador da Fundação ‘’la Caixa’’ e presidente Honorário do BPI, "o TUMO Coimbra tem três méritos fundamentais: o seu carácter intrinsecamente inovador e transformador, num sector fundamental como a Educação, a relevância do conjunto de entidades, públicas e privadas que lhe deram origem, e a experiência e capacidade de execução da equipa de gestão, que em menos de um ano conseguiu iniciar o primeiro ano letivo, a partir do zero".

Elisa Durán, diretora-geral adjunta de Fundação ‘’la Caixa’, adianta: " trabalhamos para promover a transformação educativa através dos nossos programas e, também, por via de iniciativas nas quais colaboramos. Neste sentido, o Centro TUMO, que hoje é apresentado em Coimbra, representa uma ambição com letra maiúscula: transformar as competências tecnológicas e criativas da próxima geração em Portugal. O objetivo é emocionante, e vendo o sucesso do projeto noutros países, e a trajetória da equipe que o lidera, não temos dúvidas de que assim será”.

"Para uma empresa familiar da Lousã, é um orgulho fazer parte dos fundadores deste projeto que se espera transformador para o país. Para além das claras componentes pedagógicas, contamos que este sistema sirva como um verdadeiro elevador social, permitindo que jovens, independentemente da sua origem, possam crescer através do poder do conhecimento e da inovação", salienta Daniel Redondo, diretor geral do Licor Beirão.

Na perspectiva de Inês Oom de Sousa, presidente da Fundação Santander Portugal, “o TUMO irá contribuir para reparar o elevador social em Portugal, capacitando os jovens com competências técnicas e sociais essenciais para o futuro, como a criatividade e a capacidade de resolução de problemas, entre muitas outras."

Miguel Lucas, managing partner da Oxy Capital, diz, por seu turno: "Vemos com admiração e esperança o impacto que os Centros TUMO tiveram noutros países e estamos convencidos que pode mudar a vida dos 1500 jovens que a cada momento vai formar, assim como a cidade de Coimbra. Temos também a convicção que esse sucesso servirá de exemplo para outras cidades e para o próprio sistema de ensino em Portugal."

"Este é um projeto capaz de transformar e elevar a autoconfiança dos nossos mais novos. Capaz de os fazer descobrir e desenvolver paixões por entre domínios criativos diversos. Capaz de os habituar a criar, a comunicar, a colaborar, a ousar, antes de chegarem à universidade ou à vida ativa. O TUMO é uma poderosa contribuição para a construção de uma sociedade mais próspera, vibrante, justa e inclusiva", afirma Gonçalo Quadros, fundador da Critical Software.

Para Paulo Marques e Pedro Bizarro, fundadores da Feedza, "TUMO representa um sonho tornado realidade. Um local onde toda uma nova geração pode explorar, projetar e criar, com alegria e otimismo. No TUMO os jovens podem, acima de tudo, imaginar um mundo melhor, um mundo em que se reveem e querem estar."

José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, considera que "receber, em Coimbra, o primeiro centro de tecnologias digitais e criativas TUMO em Portugal é um enorme privilégio, que evidencia como este é um concelho repleto de potencial e de talentos e comprova a nova energia municipal”.