Skip to main content

Siemens quer atingir neutralidade carbónica em Portugal no início de 2025

Portugal não se distingue apenas na área ambiental, também revela progressos na área social e na governance. De acordo com o Relatório de Sustentabilidade de 2024 da Siemens, cujas conclusões o Jornal Económico avança em primeira mão, 40% dos mais de quatro mil colaboradores em Portugal eram mulheres, das quais 38,4% com posições de liderança.

A Siemens prevê alcançar a neutralidade carbónica da sua operação em Portugal já no início de 2025, revela o Relatório de Sustentabilidade de 2024 do gigante alemão, cujas conclusões o Jornal Económico avança em primeira mão. O documento aponta o projeto Sustainable & Smart Campus, implementado na sede em Alfragide com o "reflexo do compromisso com a sustentabilidade e com os objetivos de descarbonização". 

"A Siemens em Portugal contribui para os objetivos alcançados a nível global, fazendo parte do programa mundial de equidade de género (GEP na sigla inglesa), que a empresa tem em curso a nível global". Os números do final do ano fiscal de 2024 confirmam o bom desempenho: 40% dos mais de 4.000 colaboradores no país eram mulheres, das quais 38,4% ocupavam posições de liderança.

O objetivo da empresa é alcançar a igualdade de género dentro da organização. Importa destacar o DiVin, grupo de trabalho informal, composto por pessoas de várias áreas da empresa, que promove diferentes ações que respondam a desafios relacionados com a equidade, inclusão e sentido de pertença. Neste momento, tem cinco pilares de atuação: gender gap, pride, ability, race, ethnicity and other minorities e gerenation (ageism)

Outra área em destaque é a da formação. Em Portugal, a Siemens disponibilizou, no ano passado, 114 mil horas de formação, o que representa uma média de 36,5 horas/por pessoa. 

De acordo com o Relatório de Sustentabilidade de 2024, a Siemens atingiu sete dos 14 ambiciosos objetivos que tinha definido antecipadamente, nomeadamente nas áreas de descarbonização, igualdade e empregabilidade. Pela primeira vez, as soluções e produtos fornecidos pela empresa a nível global permitiram aos clientes evitar mais emissões do que as que a empresa gerou em toda a sua cadeia de valor. 

 

Metas, uma a uma

A Siemens definiu em 2021 as suas ambições no âmbito do programa-quadro DEGREE (Descarbonização, Ética, Governança, Recursos, Eficiência, Equidade e Empregabilidade), uma abordagem holística com indicadores de desempenho rigorosos e mensuráveis. O Relatório de Sustentabilidade de 2024 detalha a evolução em cada uma das principais áreas.  

Descarbonização. No ano fiscal de 2024, a Siemens revela progressos significativos na redução das emissões de CO2 das suas próprias operações. De acordo com o relatório, reduziu as emissões de CO2 em 60% face a 2019, superando a meta intermédia – uma redução de 55% até 2025 – um ano mais cedo. A meta é até ao final do ano fiscal de 2030 alcançar uma redução de 90% nas emissões de CO2 nas suas próprias operações e ser neutra em emissões de gases com efeito de estufa ao longo da cadeia de valor até fim do ano fiscal de 2050. Como empresa industrial, a Siemens tem um impacto considerável na proteção ambiental e na descarbonização nas áreas da indústria, infraestrutura, transporte e saúde. Neste capítulo e segundo o documento, os produtos vendidos pela Siemens no ano fiscal de 2024 vão ao longo do seu período de vida evitar cerca de 144 milhões de toneladas de emissões de gases com efeito de estufa. O valor supera os 121 milhões de toneladas em emissões que a Siemens gerou em toda a sua cadeia de valor em 2024.

Eficiência de recursos. A Siemens acelerou em 2024 a adoção do enquadramento “Robust Eco Design” nas áreas de hardware, software e de serviços, reforçando o compromisso para melhorar a pegada ambiental em toda a sua oferta. Atualmente, a taxa de aplicação do padrão de design ecológico da Siemens está nos 54% - 13 pontos percentuais acima do valor observado no ano fiscal de 2023. O padrão EcoTech é componente-chave da estratégia da Siemens para promover a economia circular e impulsionar a eficiência de recursos ao longo das indústrias. No ano fiscal de 2024, mais de 25.000 produtos da Siemens receberam este reconhecimento por superarem mercados, padrões ou produtos anteriores em três dimensões: materiais sustentáveis, utilização otimizada, assim como recuperação de valor e circularidade.

Governança. A inteligência artificial (IA) desempenha um papel fundamental como acelerador para dar resposta a desafios globais, incluindo alterações climáticas. A Siemens está na linha da frente da IA industrial, utilizando-a para melhorar infraestruturas e negócios, mas também reconhece a importância de mitigar riscos associados à IA e reafirma o seu comprometimento com o desenvolvimento e implementação responsável da IA. Para este efeito, foi criado um grupo de trabalho de IA generativa para integrar os princípios de IA responsável no seu portfólio e processos empresariais. 

Empregabilidade. No domínio da educação contínua, a empresa trabalha continuamente na melhoria das suas ofertas relativamente a oportunidades de aprendizagem, desenvolvimento de carreira assim como de atualização e requalificação de competências para apoiar a 4 empregabilidade. Como parte desses esforços, foram investidos 442 milhões de euros em aprendizagem e formação contínua durante o ano fiscal de 2024 (valor que compara com 416 milhões de euros investidos em 2023). Os colaboradores completaram uma média de 27 horas de formação digital por pessoa a nível global, quatro horas a mais, em média, do que no ano fiscal em 2023. A aprendizagem contínua continua a ser uma prioridade fundamental ano após ano, uma vez que, considera a Siemens, "uma mentalidade de crescimento é crítica para o crescimento das pessoas, para a sua carreira a longo prazo e, em última análise, o sucesso da empresa".

Equidade. De acordo com o relatório, a empresa registou progressos na promoção da equidade,  tendo novamente aumentado a percentagem de mulheres em altos cargos de gestão. No ano fiscal de 2024, as mulheres ocupavam cerca de 32% dos cargos de gestão de topo. Em 2020, este número era de 23%, o que representa um acréscimo de 10% em apenas quatro anos.