Setembro é mês de rentrée, o que pressupõe o fim da temporada de férias, a reabertura dos tribunais, o regresso dos deputados à Assembleia da República e a recuperação dos negócios que possam ter ficado em stand-by durante o verão.
O destaque da equipa do Jornal Económico vai para a aquisição da totalidade do capital da fabricante checa Europasta pelo grupo Cerealis, que detém as marcas Milaneza e Nacional. O ponto mais importante da mensagem do CEO foi o plano de eventuais novos negócios na Chéquia, às quais a multinacional centenária da Maia estará atenta.
“Vamos ser capazes de escolher o melhor centro de produção para cada ponto de entrega de forma a prestarmos um melhor serviço, aumentarmos a nossa eficiência e minimizarmos as emissões de CO2 na cadeia de abastecimento. A Europasta [participada em 58% até então] é um ativo chave no nosso processo de expansão e será também uma base importante para possíveis novas aquisições naquela geografia”, confirmou Pedro Moreira da Silva.
Destaque ainda para os 177,8 milhões de euros pagos pelos investidores imobiliários da Lighthouse Properties pelo centro comercial Alegro Montijo. Apesar de o negócio ter vindo a público no início de julho, só há duas semanas a empresa com sede em Malta e liderada pelo magnata sul-africano Barry Stuhler assinou o contrato para o novo empréstimo com os credores e ficou concluído o deal. Na assessoria legal esteve a equipa de Imobiliário da PLMJ, coliderada pelo advogado Ricardo Reigada Pereira, que trabalhou nesta operação desde a negociação à estruturação fiscal.
A dois dias úteis de terminar o mês, foi a vez de a Visabeira ir às compras na maior economia do mundo através da maior empresa do grupo – Constructel Visabeira – ao adquirir a norte-americana Sargent Electric, que vende serviços de engenharia de redes energéticas e fatura cerca de 400 milhões de dólares (cerca de 358 milhões de euros).
Nos primeiros nove meses do ano passado, o mercado transacional português contabilizou 434 operações com um valor total acumulado de 9,6 mil milhões de euros, sendo que menos de metade (43%) das transações teve os valores revelados, de acordo com o relatório da TTR Data. Com o conjunto de operações até agosto a valer oito mil milhões de dólares, embora ainda não existam dados oficiais, é expectável que o capital mobilizado até ao terceiro trimestre do ano não tenha superado o montante homólogo em Portugal.