A consultora portuguesa Noesis abriu uma subsidiária e um escritório no Dubai, no âmbito do plano estratégico 2024-2027 que prevê a entrada num novo mercado internacional, avançou ao Jornal Económico (JE) o CEO. A empresa, que pertence ao grupo espanhol Altia, faz agora parte do emblemáticos arranha-céus Uptown Dubai Tower e prepara-se para utilizar esta entrada física no Médio Oriente como uma rampa de lançamento para projetos de transformação digital naquela região.
“A entrada no Médio Oriente é um marco significativo na globalização da Noesis, representando o cumprimento desse objetivo, e será uma operação importante para alavancar o nosso crescimento e atingir os objetivos previstos para 2027”, afirmou Alexandre Rosa, garantindo que a internacionalização faz parte das raízes da multinacional de consultoria tecnológica.
Presente na Europa, América do Norte e América do Sul, a Noesis tem optado por escolher espaços no estrangeiro que estejam próximos “dos principais centros de negócios”. “É um traço comum em todos os mercados onde estamos presentes – Portugal, Espanha, Holanda, Irlanda, Estados Unidos, Brasil e, mais recentemente, Emirados Árabes Unidos”, diz o CEO ao JE.
Os detalhes financeiros da expansão não foram revelados, uma vez que a Noesis faz parte da Altia Consultores, cotada na bolsa de Madrid. “No entanto, este é um investimento gradual e bem ponderado, na linha da nossa expansão nas anteriores geografias. O nosso crescimento internacional tem sido suportado em investimentos seguros, de certa forma conservadores e graduais. A presença no Dubai segue esta linha”, garantiu o empresário português.
Parte da receita para a Noesis se dar bem em terras do Golfo Pérsico está na equipa de liderança, que se encarregará de sondar o sector e avançar para a constituição de uma equipa local. Desde que a operação emiradense começou, no fim de fevereiro, que Alberto Jorge Ferreira foi nomeado managing director para o Médio Oriente e Ásia e está ao leme desta geografia na Noesis, após uma carreira de décadas noutras empresas como EDP, Outsystems, Compta ou CGI.
“Conta com um percurso profissional com mais de 30 anos, tendo já trabalhado em vários países na região, inclusive no Dubai, nas áreas de TI e telecomunicações. Este é o primeiro passo, que passa por nos instalarmos e apresentarmos a este mercado, estabelecer primeiros contactos institucionais e comerciais, primeiras parcerias e, em breve, primeiros clientes e projetos”, destaca Alexandre Rosa.
Questionado sobre se a faturação internacional da Noesis já ultrapassou os 40% do volume de negócios total - algo que se previa, inicialmente, para 2023 e depois 2027 -, o CEO confirmou estar “perto desses valores”. No ano passado, superou os 35%, em 2024 deverá aumentar mais dois pontos percentuais e, então, atingir os 40% até 2027.