As exportações portuguesas para Angola diminuíram 32%, entre 2018 e 2023. Quais os setores que a AIPEX identifica como prioritários para reverter a tendência?
Esta redução está associada ao ciclo de ajustamento económico que Angola traçou nos últimos anos, marcado por maior disciplina fiscal, reequilíbrio cambial e racionalização das importações, com foco na substituição de bens finais por equipamentos e insumos produtivos. Importou-se menos, sim, mas com mais critério, de forma a apoiar a base industrial nacional. O Governo angolano está empenhado em reverter a tendência de queda, reorientando as importações portuguesas para setores com elevado valor estratégico, como a agricultura, tecnologia e equipamentos agro-industriais, que permitam escalar a transformação alimentar em Angola; energias renováveis e eficiência energética; farmacêutico, equipamentos e consumíveis médicos, num contexto de expansão do SNS; materiais de construção e acabamentos diferenciados, para responder à procura crescente por infraestruturas habitacionais e industriais, turismo, entre outros. Acreditamos num modelo de parceria baseado não apenas em vendas, mas em cadeias de valor partilhadas, com assistência técnica, formação e investimentos conjuntos.
“Portugal é um nosso parceiro privilegiado”
É ele o presidente da AICEP angolana. Conhece a economia de Angola por dentro, as suas forças, as fraquezas e o enorme potencial que tem ainda para explorar. Portugal é, neste contexto, um parceiro relevante que pode ajudar a acelerar o amadurecimento de setores como o turismo, mas há muitas outras áreas que estão a mexer.
