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“Portugal deve resistir à criação dos chamados campeões europeus”

O economista e ex-ministro das Finanças defende que Portugal deve atrair investimento de fora da Europa para poder manter empresas que tenham o seu “centro de comando” no nosso país.

Desde a queda do Muro de Berlim, houve uma expansão da globalização, acompanhada de uma expansão das democracias ao estilo ocidental. Esta crise que estamos a viver veio colocar um travão na globalização e pode ter sequelas ao nível da segurança internacional, da paz e também da democracia?
As tendências da globalização desenvolvem-se por ciclos, com períodos de incubação, desenvolvimento e de estagnação. Vivemos até 2008 uma onda gigante iniciada com a queda do muro de Berlim, com a entrada da China na economia global no início da década de 80 (aderindo a Organização Mundial de Comércio (OMC) em 2001) e com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação e no setor dos transportes. Após 2008 assistimos a um período de estagnação da globalização e nos últimos anos aos efeitos da guerra comercial EUA-China. Agora começa-se a falar em desgobalização, mas o processo irá continuar sob novas formas e os fluxos digitais globais são uma nova realidade. O mundo será cada vez mais multipolar. Estamos numa fase de tensões geopolíticas que precisa de ser ultrapassada através da cooperação internacional. No curto-prazo vão-se intensificar as tensões e as democracias estilo Ocidental estão a ser desafiadas e, nalguns casos, a ser questionadas.

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