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Parpública vai acompanhar projeto do The Edge Group para terrenos do Autódromo

Estoril: Privatização do autódromo terá lugar por venda direta e Deloitte e Sérvulo serão os assessores, apurou o JE. Parpública pediu à Câmara de Cascais para participar nas reuniões sobre projeto de 80 milhões para terrenos em volta, do The Edge Group (tido como potencial interessado na privatização). Questionada pelo JE sobre participação nessas reuniões, Parpública diz que “ainda não há interessados”.

A Parpública comunicou à Câmara Municipal de Cascais que pretende acompanhar as negociações que decorrem com o The Edge Group para a elaboração do Plano de Pormenor para os terrenos circundantes do Autódromo do Estoril, apurou o Jornal Económico. O The Edge Group é proprietário dos terrenos em volta do autódromo, onde pretende investir 80 milhões de euros na construção de um complexo imobiliário, sendo também visto no mercado como um potencial interessado na privatização daquela estrutura automobilística, que está prevista para este trimestre. Ao que o Jornal Económico apurou, já houve pelo menos uma reunião entre a Parpública e o The Edge Group a respeito da alteração do plano de pormenor dos terrenos.

Entretanto, sabe o JE, a Parpública escolheu a Deloitte e a Sérvulo para assessorarem a privatização do autódromo, mas até ao fecho não foi possível confirmar esta informação junto das partes envolvidas.

Questionada pelo Jornal Económico sobre se é normal a Parpública envolver-se na alteração do plano de pormenor, participando em reuniões com a Câmara a respeito de um projeto de um grupo que é tido como potencial interessado na privatização - e cujos planos para o local poderão condicionar a operação -, fonte oficial da Parpública respondeu que “ainda não existem interessados no autódromo”. A Parpública recebeu apenas “manifestações de interesse”, esclareceu a mesma fonte, sem revelar de onde partiram.

“Neste momento estamos a criar as condições para que a operação possa ter lugar através de venda direta no segundo trimestre, sendo necessário fazer antes a avaliação do autódromo. Caberá depois à tutela ter a palavra final sobre a operação”, disse a mesma porta-voz, garantido que o interesse público será acautelado em todo o processo.

Recorde-se que, em declarações ao jornal “Eco”, em janeiro, o presidente da Câmara de Cascais revelou que existem três “grupos interessados em investir”, dos quais dois são portugueses e um terceiro será detido por capitais nacionais e estrangeiros. Na mesma ocasião, Carlos Carreiras afirmou que o autódromo está avaliado em menos de dez milhões de euros e garantiu que a autarquia se vai opôr a qualquer projeto que preveja a retirada da pista para dar lugar a projetos imobiliários. Segundo a informação tornada pública, o projeto do The Edge Group não pretende retirar a pista, visando “reestruturar a forma de viver o espírito automobilístico” (ver subtítulo).

Ao que o JE apurou, segundo a informação transmitida à Câmara de Cascais pela Parpública, o acompanhamento da elaboração do plano de pormenor será feito por dois funcionários da holding estatal, uma opção que, de acordo com fontes ouvidas pelo JE, gerou algumas dúvidas, tendo em conta que existe uma empresa do universo da Parpública, a Estamo, que tem o know how necessário na área do imobiliário.

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