A Coelima, criada em 1922, vive, nas vésperas do seu centenário, à espera de um destino. Ou renasce ou desaparece. Algo que, neste último caso, seria uma injustiça para todos e, também, para a memória de Portugal. Fundada por Albano Martins Coelho Lima foi uma das maiores empresas têxteis europeias e um dos maiores exemplos daquilo que foi, nos tempos da primeira República e do Estado Novo, a fábrica-família. Nela existiam a produção, os serviços sociais, o supermercado, o infantário, cantinas e o posto médico, atividades que substituiam o inexistente Estado Social do antigo regime (um exemplo mais vasto foi o da Cuf, ou se quisermos, na área cultural, a Fundação Gulbenkian). Neste conceito da empresa como grande família na zona de Guimarães, existia também o lado habitacional, com casas junto à fábrica, numa conexão entre os dois universos.