Algumas famílias deixam, ao longo dos tempos, a sua impressão digital bem visível nas sociedades. Os Brunhoff foram, em França, durante o século XX, influenciadores de mudanças, presença constante no mundo da cultura, agentes políticos através de personalidades que entraram na sua órbita como Lucien Vogel, criador da revista”Vu” ou comunistas como Marie-Claude Vaillant-Couturier (símbolo de resistência durante a II Guerra Mundial). É todo um percurso fascinante e acidentado que Yseult Williams nos retrata. Não é um acaso: “Houve os Dumas, os Hugo, os Daudet, os Servan-Schreiber e outros. (...) Na Belle Époque, no bairro de Montparnasse, já eles davam cartas. Nos anos 20, eram a encarnação do Tout-Paris, o mesmo é dizer o centro do mundo. Imprensa, edição, moda, fotografia, arte moderna - os Brunhoff estavam implicados em cada um desses domínios. Inovadores nas artes, estiveram na linha da frente da luta contra o fascismo, com estreitas ligações ao movimento pacifista. (...) Desde a guerra franco-prussiana até à Segunda Guerra Mundial, a família de Babar atravessou as tempestades com o panache dos grandes exploradores do nosso tempo”.