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O poder segundo Valença

Em 1925, o notável desenhador e caricaturista Francisco Valença (1882-1963), ilustrou assim, na capa do semanário “O Espectro”, as fases do poder.

Em 1925, o notável desenhador e caricaturista Francisco Valença (1882-1963), ilustrou assim, na capa do semanário “O Espectro”, as fases do poder. Está tudo lá, mesmo para espanto da sempre ingénua República. Isso, claro, também sabem os candidatos autárquicos que, por estes dias, se entretêm a conquistar votos. E sabem os que, mais acima, estão em São Bento ou sonham lá pernoitar. Entre as obras de Valença, os “Varões Assinalados” é ainda hoje um notável momento de caricatura política, porque não envelheceu. Só os personagens foram substituídos por outros. Afinal, “o poder desgasta aqueles que não o têm”, como dizia o antigo primeiro-ministro italiano Giulio Andreotti, o mais pragmático seguidor das tropelias políticas ensinadas por Maquiavel ou Richelieu. Andreotti, membro do Parlamento entre 1945 e 2013, foi, depois, magistralmente interpretado por Toni Servilho nesse incontornável filme que é “Il Divo” de Paolo Sorrentino. Um retrato implacável do poder e dos poderosos, tal como fez Valença, enquanto o deixaram ilustrar livremente.

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