Delegações da Rússia e dos Estados Unidos convergem no próximo domingo, 9 de janeiro, para Genebra, Suíça, para debaterem a questão da Ucrânia. É esta a mais palpável decisão saída da conversa telefónica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, no penúltimo dia do ano passado. Desta vez, os dois países entenderam não ficar a falar sozinhos: depois do encontro entre ambos a 9 e 10 de janeiro, a NATO encontrar-se-á com os representantes da Rússia no dia seguinte e a 13 de janeiro os russos têm encontro marcado com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Esta ‘democratização’ do debate não ocorre desde que o desentendimento entre Moscovo e Washington a propósito da Ucrânia aumentou, na sequência do aumento do número de militares russos junto à fronteira com aquela ex-república soviética e antiga região do império russo czarista. De facto, quando Putin apresentou um documento em que adiantava as linhas vermelhas que o ocidente não poderia cruzar face à questão – nomeadamente a aproximação da NATO à periferia das fronteiras russas – fê-lo diretamente para a Casa Branca, não tendo dado qualquer importância à estrutura de comando da aliança atlântica, liderada pelo ex-primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg.