Nem a passagem à reforma põe um ponto final à desigualdade de rendimentos entre mulheres e homens. Depois de uma vida ativa marcada por um fosso salarial entre géneros, elas acabam a receber pensões mais magras do que eles, mostram os dados recentemente atualizados. No conjunto da União Europeia, essa disparidade está a diminuir há sete anos, mas mantém-se acima dos 27%, sendo que Portugal está ligeiramente acima dessa média. Segundo os especialistas ouvidos pelo Jornal Económico (JE), além da discriminação salarial, as interrupções nas carreiras para cuidar da família, a precariedade e a maior incidência do trabalho a tempo parcial entre as trabalhadoras explicam a diferença. “O sistema deixa ainda as mulheres desprotegidas e traz grandes discrepâncias face aos homens”, salienta Maria do Rosário Gama, presidente da direção da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!).