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Montenegro e Marcelo realçam papel de Joana Marques Vidal. Ex-PGR morreu aos 68 anos de idade

Joana Marques Vidal foi nomeada, a 12 de outubro de 2012, pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para o cargo de Procuradora-Geral da República, com um mandato de 6 anos. Cessou funções seis anos depois. Foi a primeira mulher a desempenhar o cargo, exercendo-o entre 2012 e 2018, ano no qual foi sucedida por Lucília Gago.

A ex-procuradora-geral da República (PGR) Joana Marques Vidal morreu esta terça-feira, 9 de julho, aos 68 anos de idade. Encontrava-se hospitalizada no Hospital de São João do Porto e em coma há várias semanas.

Joana Marques Vidal, depois de ter sido diagnosticada com um cancro, foi submetida a uma intervenção cirúrgica, tendo, no entanto, entrado em estado de coma e sofrido uma septicemia depois da operação, de acordo com fonte próxima da família citada pelo jornal "Observador".

O corpo da ex-PGR estará em câmara ardente durante o dia de hoje, quarta-feira, 10 de julho, na freguesa de Pedaçães, concelho de Águeda, entre as 14h e as 22h.

As cerimónias fúnebres terão lugar em Aveiro, localidade onde será cremada.

Joana Marques Vidal foi nomeada, a 12 de outubro de 2012, pelo então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para o cargo de Procuradora-Geral da República, com um mandato de seis anos. Cessou funções seis anos depois. Foi a primeira mulher a desempenhar o cargo, exercendo-o entre 2012 e 2018, ano no qual foi sucedida por Lucília Gago.

Foi a principal impulsionadora de casos tão polémicos quanto mediáticos, como o BES/GES (que envolveu o banqueiro Ricardo Salgado), o caso de Tancos e, sobretudo, o da Operação Marquês, que levou à detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, realçou “o rigor e imparcialidade” que marcaram o mandato de Marques Vidal. Ao manifestar o seu pesar perante a morte da antiga PGR, recordou-a como uma “magistrada notável”, numa publicação na rede social X.

“Magistrada notável, cuja vida de serviço ao Estado teve como corolário o mandato como Procuradora-Geral da República, cargo que desempenhou com rigor, imparcialidade e excelência assinaláveis. Em meu nome e do Governo expresso as mais sentidas condolências à sua Família”, escreveu o primeiro-ministro.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou o "relevante papel na sociedade portuguesa" da antiga procuradora-geral da República, que considera ter sido uma "jurista ilustre, magistrada com profundas preocupações sociais e funções de liderança".

Numa nota publicada no site oficial da Presidência da República, Marcelo escreveu que Joana Marques Vida “granjeou o respeito e o apoio de pares, subordinados e da sociedade em geral, nunca deixando de se dedicar a uma pedagogia democrática, com destaque para a participação cívica e a defesa dos direitos fundamentais, neles avultando o papel da mulher e a defesa dos mais frágeis e discriminados”.

“O Presidente da República, que ainda há duas semanas, acompanhou, no Porto, a sua luta pela vida, apresenta à família e aos muitos amigos e companheiros de jornadas os mais emocionados sentimentos”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.