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Ministra do Ambiente em Davos: "Portugal é atrativo para o investimento" em energia, hidrogénio e centros de dados

Energias renováveis é um dos "fatores de competitividade" para atrair investimento estrangeiro para Portugal, segundo Maria da Graça Carvalho.

A ministra do Ambiente e da Energia foi ao Fórum Económico Mundial em Davos para 'vender' Portugal como destino de investimento para empresas estrangeiras. Mais-valias do país? Energias renováveis a custos acessíveis.

Há investidores interessados em Portugal? "Sim, houve muitas reuniões bilaterais. Há um grande interesse no investimento, em produção de energia, hidrogénio, centros de dados. São indústrias que utilizam muita energia e que estão muito interessadas em investir em Portugal", disse Maria da Graça Carvalho ao Jornal Económico.

A governante participou em quatro painéis no evento que tem lugar anualmente na Suíça e esteve reunida com vários empresários. Um dos temas em cima da mesa foi a resolução de "barreiras" ao investimento. "Há ainda barreiras a resolver, como a burocracia, a aceleração de processos e as autorizações ambientais, a ligação à rede elétrica", apontou, acrescentando que o Governo já está a trabalhar para transpor a diretiva das renováveis (RED III) na sua totalidade até maio para acelerar procedimentos.

"Há poucos meses, autorizei a REN a fazer investimento extraordinário na rede elétrica e na rede de gás natural, para o hidrogénio. Há uma pressão para que tudo seja feito o mais rapidamente possível: ter rede elétrica, ter acesso ao hidrogénio, ter a capacidade de resposta pela nossa administração, que seja rigorosa e rápida nas autorizações ambientais, no acesso a água e à rede elétrica e ao hidrogénio", acrescentou.

A existência de energias renováveis em abundância em Portugal é uma mais-valia para o país. "A Alemanha dependia em 45% da Rússia para ter gás. Está a ter uma transição mais difícil. A disponibilidade de renováveis é menor do que na Península Ibérica e em Portugal."

A mensagem transmitida? "A transição energética, a disponibilidade de energias renováveis e de hidrogénio são fatores de competitividade para Portugal, aliados à facilidade na burocracia e a procedimentos mais simples. E outro fator positivo: há um grande consenso à volta destas políticas", dando o exemplo do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030), que foi aprovado por larga maioria no Parlamento.

"Portugal é o país para estas empresas irem; se precisarem de muita energia, é um lugar seguro e competitivo", afirmou, apontando que Portugal está a negociar com a Comissão Europeia o novo estatuto das indústrias eletrointensivas.

A ministra esteve também reunida com a vice-presidente da Comissão Europeia sobre este tema. "Estivemos reunidos com Teresa Ribera para expor a importância que tem para Portugal. Estamos a trabalhar para ter uma resposta que alargue condições", acrescentou.

Em Davos, também esteve reunida com a ministra espanhola do Ambiente e da Energia, Sara Aagesen. "Estamos a trabalhar em conjunto para aumentar a capacidade de armazenamento e para termos regras comuns nos acordos PPA e contratos CfD para tornar ainda mais atrativo o investimento em energia."

Questionada sobre a eliminação total das importações de gás russo por Portugal, a ministra disse que "não está nas mãos do Governo", pois não existe nenhum embargo e as empresas privadas podem continuar a comprar, como no caso da espanhola Naturgy.

"Desde a invasão da Ucrânia, há uma recomendação da Comissão Europeia e existem medidas para diversificar os países de origem para diminuir o gás importado da Rússia. Portugal tem seguido essas diretivas. Conseguimos reduzir bastante; começámos de um valor mais baixo e conseguimos reduzir bastante", afirmou.