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Galego Abanca afasta novas compras em Portugal este ano 

Numa altura em que pode estar para breve uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do Novobanco, o Abanca afasta fazer novas compras em Portugal este ano. O foco está virado para a conclusão da integração do EuroBic. 

O Abanca afasta avançar com novas compras em Portugal em 2025, num ano que pode ser marcado por uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do Novobanco. O grupo liderado por Juan Carlos Escotet Rodríguez garante estar focado na integração do EuroBic, que deve ficar fechada até ao final deste ano. Uma operação que ajudou o banco a alcançar lucros recorde em 2024.

O grupo espanhol tem vindo a ganhar dimensão através da compra de outras entidades bancárias, não só na Galiza como em Portugal. Atualmente, o volume de negócios supera os 128 mil milhões de euros, com a atividade em território nacional a representar 20 mil milhões, depois de ter concluído a compra do EuroBic no ano passado.

O Abanca afasta, porém, voltar às compras este ano, apesar de o Novobanco estar no mercado. “Não temos previsto em 2025 nenhuma integração adicional”, afirmou o presidente do Abanca, Juan Carlos Escotet Rodríguez, na conferência de imprensa realizada esta terça-feira para apresentar as contas relativas a 2024.

O foco agora é concluir a integração do EuroBic. “O processo está em curso e terminará no final deste ano”, disse o responsável aos jornalistas. No comunicado, o banco refere que o “processo de integração do EuroBic, que continua a demonstrar a sua solidez financeira, avança de acordo com o calendário previsto. Em 2024, foram implementadas diversas melhorias no modelo de gestão e corporativo da entidade e, em 2025, vai ser concluída a integração informática no grupo.”

Com esta aquisição, que os responsáveis sempre disseram ser “complementar”, Portugal passou a representar 15% do total da operação do Abanca, tendo ajudado o grupo a alcançar lucros recorde em 2024. O banco obteve um resultado de 1.203 milhões de euros no conjunto do ano passado. Excluindo o efeito do EuroBic, os resultados seriam de 853,3 milhões de euros. Isto num período em que o negócio em Portugal cresceu 5%, com a rentabilidade dos capitais próprios (ROE, na sigla em inglês) a rondar os 11% e o rácio de capital a situar-se nos 18%.

“Somos um dos grupos mais sólidos da Península Ibérica”, disse Francisco Botas, presidente executivo do Abanca. No conjunto do ano passado, o banco captou 135 mil novos clientes em Portugal e Espanha. Só em território nacional, foram 22.179 novos clientes.

O banco indica ainda que a “concessão de crédito continua a ser uma prioridade para a atividade do banco: as novas formalizações de crédito aumentaram tanto em Espanha (6,6%) como em Portugal (multiplicando por 2,5). O Abanca aumentou a sua quota de mercado nos dois países: 14 pontos base em Espanha e 237 pontos base em Portugal.” A carteira de crédito situou-se nos 49.354 milhões de euros. Sobre a garantia pública, que ajuda os portugueses mais jovens a comprarem casa sem terem de dar uma ‘entrada’, o presidente do Abanca disse, na conferência, que “vemos todo o tipo de programa que ajude a comprar casa como muito atrativo”, não avançando com números.

Por outro lado, a instituição financeira registou um aumento de 17% na captação de recursos de clientes, situando-se nos 79.089 milhões de euros. Já os depósitos no retalho aumentaram 17,2% e fixaram-se nos 62.773 milhões de euros.