A habitação é um bem essencial à vida do cidadão comum, mas à qual nem todos conseguem aceder, seja por via da compra ou arrendamento. E se em 2018 a principal razão dos portugueses para não avançarem com esta decisão se prendia com o facto de não encontrarem o imóvel desejado (42%), atualmente 55% dos portugueses apontam como factor diferencial a questão do preço das casas. Esta é uma das conclusões do estudo 'Habitação em Portugal 2024: O que mudou nos últimos anos' realizado pela mediadora imobiliário Century 21 Portugal e divulgado esta quinta-feira, 8 de fevereiro.
Outra das razões que levam 23% dos portugueses a desistir da compra ou arrendamento de uma casa é o momento da vida que atravessam, que os faz concluir que não é a melhor altura para avançar neste processo, enquanto 18% assumem não ter encontrado a habitação que pretendem.
Em sentido inverso, 19% dos portugueses decidem colocar a sua casa para venda ou arrendamento porque precisam de dinheiro. Percentagem idêntica assume que toma esta decisão pelo facto de querer mudar para uma zona ou casa melhor, sendo que 16% revelam precisar de liquidez para fazer um investimento.
Em relação ao que leva os portugueses a procurar casa, 21% assumem querer ser independentes, 14% por casamento/união de facto e 13% pretendem mudar para uma casa melhor.
No que diz respeito ao valor que estão dispostos a investir, 50% dos inquiridos querem uma casa entre os 100 mil e os 200 mil euros, sendo que o preço médio absorvido é de 189.823 euros. Já em relação ao arrendamento, 55% pondera pagar uma renda até 500 euros, sendo que 589 euros é a renda média absorvida.
Em termos de género, são as mulheres (63%) quem mais procura casa em Portugal, sendo que a maior fatia pertence à faixa etária entre os 30 e 39 anos (32%). Já 59% dos inquiridos que procuram habitação são famílias de duas ou três pessoas e 73% querem ficar na mesma cidade.
Transportando a realidade do mercado de habitação para a Área Metropolitana de Lisboa (AML), 51,2% dos inquiridos no estudo da Century 21 Portugal desistem de comprar ou arrendar casa por questões financeiras, sendo que 28% indicam que este não é o momento certo para darem esse passo e 21 % por não encontrarem a habitação que procuravam.
Entre as razões que levam os inquiridos a colocar a sua habitação para vender ou arrendar, a necessidade de dinheiro é apontada por 27%, enquanto 18% precisa de liquidez para fazer um investimento e 12% vão mudar para uma casa ou zona melhor.
Na Área Metropolitana de Lisboa, 20% dos inquiridos procuram comprar casa por motivos de independência, 17% pretende mudar para uma casa melhor e 14 % querem sair do mercado de arrendamento.
Questionados sobre quanto dinheiro estão dispostos a investir na compra de uma casa, 50% procuram uma habitação com valores entre os 100 mil e 200 mil euros, sendo que 216.466 euros é o preço médio absorvido. Já no mercado de arrendamento, 31% quer uma renda até aos 500 euros, sendo que 666 euros é o valor médio absorvido.
Tal como acontece em Portugal, também na Área Metropolitana de Lisboa o sexo feminino (68%) é quem mais procura casa e dentro da mesma faixa etária, entre os 30 e 39 anos (32%), tal como o agregado familiar de duas ou três pessoas (58%), sendo que 72% pretende ficar na mesma cidade.
Este estudo foi realizado a mil indivíduos residentes em Portugal com idade igual ou superior a 18 anos que venderam, arrendaram ou procuraram casa nos últimos 12 meses ou que tencionam fazê-lo nos próximos 12 meses.