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Mais de 100 mil euros para ter uma sala de aula única no país

NOVA IMS, liderada por Miguel de Castro Neto, testa um modelo pedagógico com base em alta tecnologia. O investimento de 100 mil euros não contabiliza o software trazido pela parceira X20.

O espaço até poderia ter sido concebido para um daqueles filmes futuristas, mas tem outra utilidade. É uma sala de aula. Aqui, aprende-se.
Miguel de Castro Neto, o diretor, leva-nos à descoberta da “última maravilha” criada pela Nova IMS (NOVA Information Management School), no campus de Campolide. Antes ainda de passar a ombreira da porta, diz-me:
“Acreditamos ter um espaço de aprendizagem que é capaz de responder ao desafio do ensino híbrido, que consegue ligar de forma virtuosa o ensino à distância e o ensino presencial”.
Entramos. O diretor aproxima-se da mesa de comando táctil, que está onde é suposto – junto da ardósia, que é, obviamente, um grande ecrã. Mesmo ao lado, outro ecrã funciona como espelho do aluno que vai ao quadro.
Lá ao fundo, na parede em frente, sete ecrãs, que podem multiplicar-se até 56, número máximo de alunos à distância. No anfiteatro, com capacidade para quatro dezenas, destaca-se, na parte inferior da primeira fila, outro ecrã. É um chat. Dá ao professor a possibilidade de interagir à distância, enquanto desenvolve outra atividade na sala.
“Não é só pôr ecrãs e câmaras numa sala. O aluno tem que ter uma experiência 360 em que tudo está otimizado para o processo de aprendizagem”, salienta Miguel de Castro Neto.
“Bridge Room”, assim se chama a sala, foi desenvolvida em parceria com a empresa canadiana X2O e está uns furos acima do que Teams e Zoom oferecem. Miguel de Castro Neto revela ao JE que tem um custo de investimento de 100 mil euros a que acresce o custo de operação do sistema de informação da responsabilidade da parceira.
A sala de aula híbrida integra um projeto maior desenvolvido pela NOVA IMS, distinguido este ano nos Portugal Digital Awards pelo seu eixo de analítica do processo de aprendizagem. O modelo pedagógico EDGE – Educational Design for a Global Experience tem como peças fundamentais, além da “Bridge Room”, a adoção de uma plataforma digital que fornece a professores e alunos, de forma automática e em tempo real, informação sobre a aprendizagem e a integração da Inteligência Artificial (IA) generativa no contexto académico.
Quando as ferramentas de IA generativa começaram a galvanizar a mudança, a NOVA IMS não receou. Fez o oposto das instituições que as proibiram.
Explica Miguel de Castro Neto: “Desenhámos estratégias para incorporar a IA generativa no processo de aprendizagem para que fosse uma espécie de ‘poder aumentado’ que podemos dar aos nossos alunos para que eles levem mais longe as suas competências”. Os alunos puderam usar IA na sala de aulas. Os professores idem. Os colaboradores e os serviços também tiveram acesso a ferramentas de IA para trabalhar.
A prova dos nove da “Bridge Room” são as aulas em contexto real. O diretor está entusiasmado com o feedback que em meia dúzia de dias recebeu de professores e alunos. Futuramente, o projeto será avaliado. Será escalável? Os resultados o dirão.

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