O Orçamento Regional da Madeira foi chumbado esta segunda-feira pelo Parlamento com os votos contra do PS, Juntos Pelo Povo (JPP), Iniciativa Liberal (IL), PAN e os votos favoráveis do PSD e CDS-PP. Depois do "não" orçamental o Parlamento discute moção de censura, que JPP e PS já admitiram votar a favor, o que a se confirmar derrubaria o Governo, e poderia lançar a Região Autónoma nas terceiras eleições regionais desde setembro de 2023.
Logo à saída do Parlamento, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, em declarações à comunicação social, considerou como "total irresponsabilidade" a postura dos partidos que decidiram votar contra a proposta de Orçamento Regional.
O governante alertou para as consequências do chumbo do Orçamento. Albuquerque salientou o bom desempenho que a Região tem tido ao "atingir máximos históricos", e que este "não" ao Orçamento coloca em causa o prosseguimento de obras como por exemplo o Novo Hospital da Madeira bem como os projetos que contam com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O governante deixou também críticas ao sentido de voto do Chega, referindo que o voto desta força partidária, enquanto parte da direita política, "vem servir" os partidos da esquerda.
O presidente do executivo madeirense afirmou que se for necessário "vai a eleições" e afirmou que o PSD "vai ganhar", confirmando que tem intenção de ser o candidato dos sociais-democratas caso se confirmem novas eleições.
Parlamento discute moção de censura
Agora com a confirmação do "não" ao Orçamento, o Parlamento segue em direção à discussão da moção de censura que tudo aponta deve levar ao derrube do Governo. O debate acontece a 19 de dezembro.
PS e JPP já admitiram votar a favor da moção de censura apresentada pelo Chega. A aprovação da moção de censura levaria automaticamente ao derrube do executivo madeirense e deixaria a Madeira mais perto das terceiras eleições regionais desde setembro de 2023.
As eleições de setembro de 2023 deram vitória à coligação PSD e CDS-PP. As buscas judiciais que ocorreram na Região, em janeiro de 2024, conduziram a eleições antecipadas, que deram vitória ao PSD, que acabou por formar um Governo minoritário.