Os lucros do Grupo Mota-Engil dispararam 154% para os 30 milhões de euros no primeiro semestre de 2023, em comparação com o período homólogo do ano anterior (11,7 milhões de euros), naquele que é o melhor resultado da construtora nos últimos sete anos num primeiro semestre, informou a empresa liderada por Carlos Mota Santos, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta quinta-feira, 31 de agosto.
O volume de negócios também atingiu uma verba recorde ao registar um aumento de 89% para os 2,6 mil milhões de euros, face aos 1,3 mil milhões de euros do primeiro semestre do ano passado, o que por sua vez permitiu que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) tenha observado um crescimento de 70% para 352 milhões de euros, quando comparado com os 207 milhões de euros de 2022 e por consequência aumentado ainda de forma mais expressiva o resultado operacional (EBIT) em mais 160% para 213 milhões de euros.
No volume de negócios, o grupo destaca a estimativa de crescimento no total do ano de 2023, que inicialmente previa mais 20%, mas cuja nova previsão para o final de 2023 aponta para um valor de cinco mil milhões de euros.
Valor recorde foi também registado na carteira de encomendas da construtora de 12,6 mil milhões de euros atingidos em dezembro, a que se somam os cerca de dois mil milhões de euros dos novos contratos assinados depois de junho no continente africano.
Os resultados divulgados pela construtora demonstram ainda um crescimento do cash-flow proveniente das operações, no valor de 174 milhões de euros, num aumento de 22% face ao semestre homólogo.
"Protagonizando um investimento (CAPEX) de 187 milhões de euros de modo a suportar o forte crescimento registado na atividade, e com 68% do investimento a destinar-se a contratos de médio e longo prazo, o grupo Mota-Engil conseguiu conciliar um forte crescimento operacional com o foco na rentabilidade e geração de caixa, o que permitiu no primeiro semestre de 2023 manter o rácio de dívida líquida/EBITDA abaixo de 2x, objetivo este que havia sido previsto de ser alcançado em 2026 mas que o Grupo vem conseguindo manter nos últimos dois semestres de forma consolidada", pode ler-se no documento.
Ao nível da área de negócios o principal destaque vai para o segmento de engenharia & construção que mais do que duplicou (mais 104%), destacando-se a América Latina (+208%) e África (50%). No território africano o EBITDA cresceu 84% para 146 milhões de euros, enquanto na América Latina, o Grupo Mota-Engil aumentou o seu volume de negócios em 208% para 1.326 milhões de euros e um EBITDA de 136 milhões de euros.
Já na Europa a subida foi de 16% na faturação, para 291 milhões de euros, sendo o mercado português responsável por 70% da atividade no continente europeu, com uma margem de EBITDA na região de 5%.
Plano estratégico prevê seis mil milhões em volume de negócios em 2026
Além dos resultados semestrais, a Mota-Engil deu também conta ao regulador da revisão das metas do seu plano estratégico 'Buiding´26', onde se destaca a a atualização do volume de negócios a atingir em 2026 no valor de seis mil milhões de euros.
A isto juntam-se os 955 milhões de euros de EBITDA e um resultado líquido de 180 milhões de euros, suportados no aprofundamento da implementação dos eixos estratégicos que "se manterão inalterados e que permitiram alcançar o desempenho muito positivo do grupo nos últimos dois anos", aponta o documento.
A par da vertente financeira a construtora assume estar também empenhada em reforçar os seus compromissos com uma gestão eticamente responsável e comprometida com as melhores práticas de sustentabilidade e ESG, na linha do investimento significativo que vem realizando nos últimos anos.