Os britânicos da Lightsource BP querem construir uma central solar no distrito de Castelo Branco. O valor total de investimento ascende aos 250 milhões de euros, apurou o JE.
A central fotovoltaica da Beira, localizada nos concelhos de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, conta com uma potência total de 269 megawatt pico (MWp). O Estudo de Impacte Ambiental foi recentemente submetido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para ser avaliado.
"Este projeto integra um portfólio de projetos de energia solar que estão em fase de desenvolvimento e que planeamos construir em Portugal nos próximos anos", disse ao JE o responsável da Lightsource BP em Portugal, Miguel Lobo.
Por ter sido fruto de um acordo direto entre a empresa e a REN, o promotor vai ser o responsável por construir a linha elétrica para fazer a ligação à subestação da REN de Castelo Branco.
Este é o quinto projeto da Lightsource BP a ser submetido a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), com os restantes quatro a serem as centrais da Chamusca, distrito de Santarém (281 MW, o processo de consulta pública termina a 24 de janeiro), Paiva, distrito de Viseu (260 MW, parecer positivo na Declaração de Impacte Ambiental (DIA)), Mogadouro, distrito de Bragança (130 MWp, parecer favorável da APA, mas condicionado ao cumprimento de obrigações) e Cibele em Rio Maior, distrito de Santarém (100 MW, parecer favorável da APA, mas condicionado ao cumprimento de obrigações).
A empresa britânica anunciou em maio de 2021 que pretendia investir 900 milhões de euros em Portugal ao longo de seis anos, num total de 1,35 gigawatts nas regiões de Moura, Castelo Branco, Mogadouro, Chamusca e Viseu.
No estudo de impacte ambiental (EIA), a empresa destaca que mais de 80% de eletricidade a nível nacional tem lugar na região norte e centro, "sendo as zonas com maior potência instalada", com destaque para a energia hídrica, a "tecnologia com maior crescimento em potência instalada (2,5 gigawatts)", entre 2014 e 2023.
No caso da solar fotovoltaica, é na região do Alentejo que se encontra 40% da produção solar nacional, seguida do Algarve (20%) e do centro e norte (15% cada uma). "Ao nível distrital, verifica-se que a Castelo Branco é atualmente, um dos distritos do país com menor capacidade instalada da tecnologia fotovoltaica".
"Portugal ainda tem potencial por aproveitar principalmente nas regiões Centro do país. Assim, considera-se que o Projeto é uma mais-valia a nível nacional e regional", defende o estudo.
Já esta central solar, "estando localizada na região centro, no distrito de Castelo Branco e Idanha-a-Nova, terá a potencialidade para produzir, anualmente, uma média de cerca de 465,71 GWh, durante 40 anos, apresentando desta forma, um contributo para a prossecução dos objetivos assumidos pelo Estado Português, nomeadamente ao nível do Acordo de Paris, do Roteiro para a Neutralidade Carbónica".
Os autores do estudo argumentam que o projeto vai permitir reduzir, o consumo de gás natural e emissões de CO2 associadas, em 43,61 milhões de metros cúbicos e 94 893,07 toneladas de CO2, respetivamente; já as emissões de gases com efeito estufa, associadas ao mix energético nacional, serão reduzidas em cerca de 75 445,02 toneladas de CO2, anualmente.