A Bolt Market celebrou recentemente dois anos de atividade em Portugal e destacou o rápido crescimento desde que instalou dark stores em território nacional. Assim, a Bolt Market revelou ter duplicado o seu crescimento, seja de lojas e receitas, no ano passado, o que ajudou a marca a fixar-se no mercado português.
Em entrevista ao Jornal Económico, Edik Davtian, country manager da Bolt Market, sublinhou que a empresa decidiu esperar até ao fim da pandemia para se aventurar na abertura, já depois dos principais concorrentes se terem estabelecido neste mercado. "É verdade que muitas empresas começaram na pré-pandemia, viram a oportunidade e aproveitaram. Nós, enquanto organização, preferimos mover-nos de forma mais racional, certificando que não cometíamos muitos erros", disse Edik.
"O que vimos, pela Europa fora, foi que muitas empresas lançaram-se o mais depressa possível, com muitas localizações e depois tiveram de as fechar". Foi por este mesmo motivo, sustenta o country manager, que a Bolt demorou mais um pouco a fixar-se neste mercado.
Edik Davtian aponta ainda que a existência desta vertical é "bastante satisfatória", dado que os clientes da Bolt conseguem aceder ao Market através da aplicação da Bolt Food.
O country manager assume ainda boas oportunidades para as empresas. "Temos marcas bem conhecidas, mas também temos marcas locais. Em relação a 2022, temos mais negócios nesse sentido, em que trabalhamos com pequenos produtores e empresas". Para estes produtores locais, apelidados por 'local heros', Edik considera que a proposta da Bolt Market é "uma oportunidade para ver como o produto se comporta".
O trabalho digital também tem ajudado a empresa a crescer neste mercado que se tem expandido nos últimos dois anos.
No entanto, a empresa está focada em Lisboa e em fazer crescer o negócio na Área Metropolitana da capital portuguesa. "Estamos à espera de conseguir maior cobertura. Entrando em 2024, estamos a ver mais localizações e ainda a decidir datas de aberturas".
Menos rapidez e melhores negócios
De acordo com o country manager, a Bolt Market faz entregas num raio de cinco a seis quilómetros, o que ajuda a ajustar os tempos de entrega. Ainda assim, a empresa notou que os seus clientes priorizam os negócios existentes, maioritariamente os descontos, em vez dos tempos de entrega.
Isto é, apesar da primeira promessa de entrega em 15 minutos, ou "o mais rápido possível, a Bolt Market compromete-se agora com a entrega num período de meia hora.
"Aprendemos que os clientes estão mais interessados em ver um preço mais apelativo e um tempo de entrega mínimo que depois se pode estender por alguns minutos". Desta forma, Edik explica que existem duas hipóteses: "mais dispendiosa e rápida" ou "mais barata e esperar um pouco".
Ainda assim, e apesar da espera de 30 minutos (cujo oposto seria deslocar-se à loja), os clientes consigam este tempo de espera bastante apelativo. "Do ponto de vista do consumidor, ainda é rápido e fica mais barato", considera, apontando um modelo de win-win.
Crescimento de 100%
O segmento, inserido no universo Bolt, notou um crescimento a 100% neste último ano. "De 2022 para 2023 conseguimos duplicar a nossa atividade. Falamos de um crescimento de 100%. Estamos muito felizes por este facto".
"Para este ano, enquanto um novo negócio, estamos na fase de rápido crescimento e depois devemos ter a fase de crescimento moderado. No arranque deste 2024 devemos ver um crescimento agressivo. Ainda assim, há muitos fatores a ter em conta: onde abrimos, onde abrimos novas localizações", sustenta o responsável.