A Autoeuropa já informou os trabalhadores sobre os detalhes à forma como se vai processar o regime de lay-off, modelo que irá vigorar a partir desta segunda-feira e até 12 de novembro.
A paragem de produção na Autoeuropa deve-se às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia, que foi "severamente afetado" pelas condições climatéricas que se fizeram sentir naquele país no passado mês de agosto.
O JE teve acesso a uma comunicação interna por parte da Volkswagen Autoeuropa em que a empresa esclarece os colaboradores relativamente às condições que serão proporcionadas neste período para “responder à necessidade da manutenção da liquidez financeira dos colaboradores durante este período” e “assegurar a empregabilidade futura”.
Neste documento, a Autoeuropa explica que os trabalhadores vão ter direito a um complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, incluindo subsídio de turno e isenção de horário. Este complemento (de 14%) acresce aos 66% de contribuição legal (33% a cargo do empregador, 33% a cargo da Segurança Social).
Além disso, a empresa garante aos colaboradores “uma compensação adicional de 15% resultante da ferramenta de flexibilidade de dias de não produção (downdays), equivalente a um total de seis downdays, com aplicação individual proporcional durante o período de lay-off”. Este adicional eleva para 95% o salário pago ao trabalhador que perde, assim, 5% da remuneração durante o período de lay-off.
Ainda no universo de trabalhadores em lay-off, e durante este período, a Autoeuropa propõe-se ainda a neutralizar o absentismo individual “para efeito da atribuição do prémio de assiduidade”. Da mesma forma, será efetuada a “neutralização dos efeitos negativos da perda de volume de produção resultante do período de lay-off para atribuição do prémio de objetivos de 2023 nos critérios de volume, produtividade e ambiente.
Acordo para pagamento de 95% do salário base
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa e a administração da empresa chegaram na passada quarta-feira a acordo sobre os termos do lay-off durante as nove semanas de paragem de produção na fábrica de Palmela. O desfecho das negociações de dois dias fizeram com que os funcionários garantissem o pagamento a 95% do salário base, bem como do subsídio de turno.
"Nestes processos, a empresa quer sempre dar o menos possível e os trabalhadores ter o mais possível. Entre um caminho e outro, chegámos a um meio termo. De realçar que vamos ter 95% da remuneração (subsídio de turno mais ordenado) e vamos garantir que os trabalhadores temporários regressem quando a produção normalizar", explicou o coordenador da CT, em declarações aos jornalistas.
"O impacto desta paragem também não terá impacto no nosso prémio de objetivos, essa parte será neutralizada para não se perder valor, e mantivemos o prémio de assiduidade, o que é bastante positivo", referiu Rogério Nogueira, à imprensa, à saída do encontro.