No dia em que a Guiné-Bissau esperava conhecer os resultados das eleições gerais de 23 de novembro, o general Horta Inta-A, chefe do Estado Maior do Exército, foi empossado presidente de transição. Horas depois, dá posse a Tomás Djassi, ex-comandante da Segurança Presidencial, como chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Em circunstâncias ainda por esclarecer para uns, mas claras para outros, a Guiné-Bissau vive um novo golpe de estado, depois de os militares terem tomado o poder na capital.
Desde a independência, declarada em 1973 e reconhecida em 1974, a Guiné-Bissau tinha sido alvo de quatro golpes de estado consumados e de 17 tentativas fracassadas, a última das quais a 1 de fevereiro de 2022. Seriam 18, se incluirmos aqui o confronto armado entre a guarda da Presidência e a Guarda Nacional, a 4 de dezembro de 2023, que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, considerou mais um ensaio para a tomada de poder.
Com o que aconteceu esta semana passam a ser cinco golpes de estado conseguidos. Com as tentativas frustradas são 23 ações. Uma a cada período de pouco masi de dois anos, o quedemonstra a instabilidade constante e a fragilidade das instituições da democracia guineense.
Guiné-Bissau volta à instabilidade, em vez de ter resultado das eleições
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General Horta Inta-A foi empossado como presidente da transição, por um ano. Sissoco Embaló e figuras da oposição foram detidos. É a quinta vez que acontece desde a independência.