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Guerra comercial à espera de encontro entre Trump e Xi Jinping

Depois da moratória sobre as tarifas à China e do encontro de Madrid, as negociações acumulam desentendimentos. Um encontro entre os dois líderes na Coreia do Sul pode ser a melhor forma de desbloquear o impasse persistente.

Não está marcada com antecedência pelos canais diplomáticos, nem sequer é certo que venha a suceder, mas é convicção cada vez mais clara entre os analistas que a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, as duas maiores economias do mundo, só deixará de escalar – e espalhar as suas metástases globalmente – se o presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, aceitarem encontrar pessoalmente. Este encontro poderá ocorrer na Coreia do Sul no final deste mês durante a cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC). A China tem dito repetidamente que Xi Jinping está interessado no encontro e a Casa Branca vem afirmando com insistência que Trump também – mas a forma errática como o presidente norte-americano tem gerido o dossiê não dá garantias de que venha mesmo a suceder.
Entretanto, no terreno das negociações, os desentendimentos vão-se acumulando. No final desta semana, a China recusou apelos dos Estados Unidos para flexibilizar os controlos sobre as exportações de terras raras – alimentando assim as evidências de que a ameaça norte-americana de impor taxas de 100% sobre as importações vindas do Império do Meio serão profundamente negativas para as duas economias. A China acusou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, de fazer comentários “grosseiramente distorcidos” sobre um importante negociador chinês envolvido nas negociações, o que levou Pequim a rejeitar um apelo de Washington Branca para reverter as restrições às exportações de terras raras. Os negociadores norte-americanos sugeriram que Pequim poderia evitar as tarifas de 100% sobre produtos chineses se aceitassem o levantamento dessas restrições – mas, depois do incidente com Bessent, a China decidiu ‘vingar-se’. Em todo o caso, a China considera que as negociações ao estilo ‘causa-efeito’ – ou seja, por via da chantagem mais evidente – não são nem um bom princípio, nem se coadunam com a forma como o governo de Xi Jinping aborda os problemas.

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