Skip to main content

Aproxima-se mais um momento de tensão em Gaza: desarmar

Depois de aparentemente ultrapassado o difícil momento da devolução dos corpos dos reféns mortos, o desarmamento do Hamas tem tudo para ser mais um foco de tensão.

O Hamas anunciou esta semana que devolveu a Israel os restos mortais de todos os reféns falecidos que conseguiu identificar e recuperar no meio das toneladas de escombros em que o enclave de Gaza se transformou – afirmando que cumpre assim o que está acordado com Israel – e afirmou que a recuperação dos restos mortais que ainda falta identificar exigirão equipamentos especiais e muito mais tempo – se é que alguma vez serão recuperados. O grupo armado tenta assim convencer os países envolvidos no cessar-fogo que está a envidar todos os esforços para cumprir a sua parte, respondendo também à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo o qual o exército de Israel tem ‘carta branca’ para regressar às posições de que se retirou se o processo não seguir os trâmites acordados. Segundo algumas fontes citadas pela imprensa internacional, haverá 21 corpos que ainda não foram encontrados.
“Israel retornará àquelas ruas assim que eu der a ordem. Se Israel pudesse entrar e acabar com eles, eles fariam isso”, disse Trump num breve comentário transmitido pelo canal televisivo CNN, quando questionado sobre o que aconteceria se o Hamas se recusasse desarmar as suas forças ou não cumprisse qualquer outra parte do acordo.
Entretanto, depois de aparentemente resolvida a questão do regresso dos reféns mortos, os combóis de camiões de ajuda humanitária já estão a entrar em Gaza desde esta quarta-feira, enquanto Israel retomava os preparativos para reabrir a principal passagem de Rafah. Israel ameaçara manter Rafah fechada e reduzir o fornecimento de ajuda se o Hamas continuasse a devolver os corpos dos reféns “muito lentamente”, mostrando os riscos que o assunto transmitia ao cessar-fogo.
Passada a tensão, Israel anunciou que os preparativos para abrir Rafah aos cidadãos de Gaza estão em andamento, enquanto 600 camiões de ajuda humanitária tiveram ordem para entrar no enclave.
Surgiram entretanto relatos de que os israelitas, que não abrem mão de fazerem um controlo apertado do que entra em Gaza, estão a demorar tempo a mais para concluírem as verificações – o que está a ser considerado como uma forma de impedir o abastecimento normal da população. Há indicação de que, nos pontos de passagem, os ânimos têm estado exaltados e que não é fácil – ou continua a não ser fácil – agilizar a chegada de alimentos àqueles que mais precisam.

Este conteúdo é exclusivo para assinantes, faça login ou subscreva o Jornal Económico