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Fundo Apollo com quatro ofertas vinculativas para Tranquilidade e Açoreana

A operação de venda da Seguradoras Unidas está na reta da meta. A Ageas terá a melhor proposta, mas ainda não está escolhido o vencedor.

Há quatro propostas vinculativas para comprar a Seguradoras Unidas (que inclui a Tranquilidade e a Açoreana). A operação aproxima-se do desfecho, uma vez que o calendário indicativo prevê fechar um acordo de venda até ao fim de junho. Segundo as nossas fontes, as quatro propostas são da Ageas, da Mapfre, da Allianz e da Generali. Confrontada a Apollo e a Tranquilidade não comentaram.
O objetivo do fundo Apollo é ter um vendedor escolhido para um contrato de promessa de compra e venda até ao fim de junho. As mesmas fontes revelam que a proposta da Ageas será a mais elevada em termos de preço, ultrapassando mesmo a da espanhola Mapfre, mas não foi possível confirmar esta informação.
Segundo confidenciou uma fonte conhecedora do processo, o preço poderá não ser o único critério de escolha da Apollo Global Management, dona da Seguradoras Unidas, pois há também a celeridade da venda. Uma operação que enfrente mais entraves na Autoridade de Concorrência poderá ser preterida em favor de outra menos elevada financeiramente, mas em que não se avizinham grandes obstáculos no supervisor da Concorrência. Neste caso será a DG Comp (europeia) a avaliar, uma vez que é uma operação transfronteiriça (os candidatos à compra não são portugueses). Está em causa a venda da segunda maior seguradora em Portugal, com uma quota de mercado de 15%.
Segundo o calendário indicativo revelado ao Jornal Económico, a finalidade dos norte-americanos é ter o closing da venda até ao fim do ano. Não há qualquer informação sobre o preço pedido pela Apollo, mas uma notícia do jornal espanhol Cínco Días, de fevereiro, dizia que o fundo norte-americano estava a pedir cerca de 600 milhões de euros pelo pacote de seguradoras.
O grupo belga Ageas agrega em Portugal a Ocidental, Médis, Ageas Seguros e Seguro Directo. Em entrevista ao Jornal de Negócios de abril, o CEO da Ageas Portugal, Steven Braekeveldt, admitiu que a companhia tem centenas de milhões para investir em Portugal, e admitiu estar a estudar a compra da Tranquilidade, mas recusa-se a pagar “um preço louco”, disse. A Ageas Portugal – a terceira maior seguradora nacional, com 13% de quota de mercado, apresentou um lucro de 105,1 milhões de euros em 2018, ligeiramente acima dos 99 milhões de euros registados no ano anterior.
Já a Mapfre é a primeira seguradora em Espanha e está presente em Portugal desde 1986. Em 2016, ficou com o negócio de Vida do Barclays em Portugal. A quota de mercado da Mapfre é de 2% no mercado português, o que corresponde ao nono lugar. Os alemães da Allianz, também na corrida, têm uma quota de mercado de 10%. A Allianz tem em Portugal uma parceria comercial com o BPI.
A seguradora italiana Generali, liderada por Santi Cianci, CEO, passou a actuar em Portugal através de uma companhia de direito local para o ramo não vida, em 2015, em vez da sucursal através da qual operava desde 1942. O grupo italiano justificou na altura esta mudança com o reforço da “sua presença em Portugal”. O grupo segurador em Portugal, conta com mais de 350 colaboradores e 1.300 agentes. No ramo de segurador, conta com uma quota de mercado de 3,45%.
A seguradora Tranquilidade foi comprada pelo fundo Apollo ao Novo Banco em 2015, por cerca de 50 milhões e é o ativo mais valioso da Seguradoras Unidas.
Em 2015, o negócio e venda da seguradora foi fixado em torno de 215 milhões de euros, dos quais 50 milhões de euros em dinheiro e mais de 150 milhões para reforçar os capitais da instituição, segundo notícias da altura. Segundo fontes do setor, a Apollo avaliará agora a Tranquilidade entre 400 e 500 milhões.
A seguradora que era do Grupo Espírito Santo tem 1,4 milhões de clientes (entre particulares e empresas) e trabalha com uma rede de distribuição de mais de 2.500 pontos de venda – 80 corretores, 2.100 agentes multimarca e 400 agentes exclusivos. 

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