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Ciclo de crescimento mundial entra na última fase

BlackRock aconselha investidores a continuarem ‘overweight’ nos próximos 18 meses. Em 2021, a economia mundial deverá entrar em recessão.

Os efeitos da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China já se fizeram sentir. “A guerra comercial escalou para uma guerra tecnológica, perturbando as cadeias de valor à volta do mundo”, disse Felix Herrmann, market strategist da BlackRock. “Isso significa que as economias que dependem do comércio internacional estão a ressentir-se”, dificultando as opções de investimento.
O ponto de viragem na economia global já se vislumbra, mas apenas com binóculos. “Utilizando a economia dos EUA como benchmark, e de acordo com as nossas estimativas, as probabilidades da economia mundial entrar em recessão este ano são de 20%”, revelou Felix Herrmann. “E, provavelmente, as probabilidades de uma recessão em 2020 aumentarão para 40%”, reforçou.
Na visão da BlackRock, a economia mundial deverá entrar em recessão apenas em 2021. “Assumindo que os mercados normalmente tendem a antecipar uma recessão com um ano de antecedência, podemos argumentar que temos, pelo menos, um ano e meio” para “os investidores continuarem a retirar lucros nos setores que têm registado um bom desempenho nos últimos meses”, explicou Felix Herrmann, ressalvando que “estamos a entrar na última fase do ciclo económico”.
Atualmente, é necessária uma bússola bem calibrada para se perceber em que momento estamos no ciclo da economia mundial.
Por um lado, ainda não estamos no fim do ciclo de crescimento económico. Em julho, por exemplo, “a economia norte-americana vai registar o maior período de expansão da história”, disse o analista.
Há outros indicadores que apontam neste sentido, como “os preços das matérias-primas não terem registado um rally” - “algo que só ocorre normalmente no fim de um ciclo económico” -, mas também “a inflação moderada” ou “ausência de excessos no mercado da habitação”, realçou Felix Herrmann.
Mas, por outro lado, existem “sinais que indicam que estamos mais tarde neste ciclo”, especialimente “no mercado de trabalho, não apenas nos Estados Unidos, mas também na zona euro”, explicou o analista.
Nesta zona cinzenta do ciclo económico, Felix Herrmann frisou que, “a partir de agora”, por causa da guerra comercial, “é provável que tenhamos menos crescimento, menos lucros nas empresas, e menos retorno para investidores”.

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