Não foi com grande surpresa que os partidos franceses observaram a escolha de Emmanuel Macron para primeiro-ministro – que recaiu sobre um dos ‘velhos’ líderes do Les Republicais, Michel Barnier – mas é no mínimo surpreendente que, ao cabo de 51 dias sem uma solução, o Presidente se colocou sob a vontade da extrema-direita liderada por Jordan Bardella. Alegadamente, isso era tudo o que Macron queria evitar – foi por isso, disse, que dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições antecipadas depois do ‘desastre’ das eleições para o Parlamento Europeu.
Mas, conhecida a nomeação, os socialistas – que ‘renasceram’ nas eleições de junho/julho – vieram afirmar que, em princípio, não apoiariam um governo Barnier, no que provavelmente, dizem os analistas, serão seguidos pela restante esquerda, apesar de Jean-Luc Mélenchon (líder da França Insubmissa e da Nova Frente Popular) ainda não o ter dito com todas as letras.
Quem também não se apressou a ‘jurar’ apoio foi o próprio bloco gaullista (de onde Barnier é oriundo), que disse que não iria “passar um cheque em branco” e por isso preferia esperar para ver. Com o bloco ‘macronista’ (concentrado no Horizons) sem deputados suficientes para impor o antigo negociador do Brexit, resta ao Presidente (e ao seu primeiro-ministro, já ‘entronizado’ no cargo) esperar que o bloco de extrema-direita e o Rassemblement National não se oponha à escolha.
Como seria de esperar, um dos apoios mais entusiásticos de primeira hora veio do exterior das fronteiras gaulesas: a presidente da Comissão Europeia,