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EDP prevê atingir lucro recorde em 2023

Mais chuva na Ibéria, venda de ativos e a consolidação da EDP Brasil são os trunfos da companhia para este ano.

A EDP prevê atingir um lucro recorde em 2023, segundo a estimativa da energética para a totalidade deste ano. A companhia reviu em alta na sexta-feira a sua previsão de lucro recorrente para este ano, entre 1.200 milhões a 1.300 milhões de euros.

Um valor dentro deste intervalo coloca a elétrica com o seu maior lucro de sempre, segundo a série histórica disponível que recua até 2015, segundo a análise do JE. O lucro recorrente anual mais elevado até agora foi atingido em 2016 (919 milhões de euros).

Mesmo em termos de lucro não-recorrente, este intervalo fica acima do valor máximo anterior - 1.125 milhões de euros atingido em 2011 -, mas é preciso ter em conta que este valor pode sempre ficar acima ou abaixo do recorrente.

No caso dos primeiros nove meses deste ano, a empresa atingiu lucros não recorrentes de 946 milhões de euros até setembro (+83%) e lucros recorrentes acima de mil milhões de euros (+100%), sendo o valor mais elevado desde 2014, no caso deste último.

Os lucros foram impactados pela "recuperação" da produção hídrica em Portugal em 61% face à seca extrema registada em 2022, assim como o aumento do lucro no Brasil com a consolidação da operação após a OPA , e o impacto de duas vendas de ativos em Espanha e na Polónia.

Em termos da previsão de lucro para este ano, é "suportado pela performance do nosso portefólio integrado, boas condições de mercado, execução muito boa de rotação de ativos, esperamos que os ganhos fiquem acima dos 400 milhões dada a qualidade do portefólio, consolidação total da EDP Brasil", segundo Miguel Stilwell d'Andrade.

"Estamos muito confiantes para 2023", de acordo com o CEO da EDP. "Tivemos bons resultados nos primeiros nove meses e temos perspetivas positivas" para o resto do ano, com a recuperação das margens na Ibéria, redes de eletricidade resilientes e uma execução de rotação de ativos "melhor do que o esperado".

"Tivemos uma forte performance nos primeiros nove meses, com uma subida do EBITDA em 26% para 3.800 milhões de euros, com a normalização da produção hídrica na Ibéria (+58%)", disse o presidente-executivo da EDP numa chamada com analistas na sexta-feira.

Sobre a dívida líquida, que atingiu 16,9 mil milhões de euros no final de setembro, a companhia estima uma redução para os 15 mil milhões, ou mesmo "abaixo", com a securitização da dívida tarifária e com os ganhos do programa de rotação de ativos.

Na chamada, o gestor também destacou que o Governo prepara-se para anunciar um excedente orçamental este ano, dando mais "confiança aos investidores" em termos de rating soberano de crédito, e que indicia que "não há pressão para introduzir medidas regulatórias".

Segundo uma nota divulgada após a chamada com analistas, o Goldman Sachs disse prever lucros não-recorrentes de 1.200 milhões de euros, contra os 1.100 milhões esperados pela companhia. O banco norte-americano destaca que o resultado líquido do quatro trimestre ronda os 350 milhões de euros em 2021 e 2022.

A EDP reviu em alta a sua previsão de lucros para este ano na sexta-feira. A companhia prevê mais 100 a 200 milhões de euros para um valor entre os 1.200 milhões a 1.300 milhões de euros. Já as previsões para o EBITDA e a dívida líquida permanecem intactas face à previsão anterior.

Quando apresentou os resultados do primeiro semestre, a EDP previa 5.000 milhões de EBITDA para este ano, com os lucros em 1.100 milhoes de euros e uma dívida líquida nos 15 mil milhões de euros.

Para 2023, o consenso dos analistas aponta para um EBITDA de 4.837 milhões de euros, e um lucro de 1.116 milhões de euros.

A EDP justifica esta revisão em alta com os impactos da “forte execução” da rotação de ativos, da consolidação da EDP Brasil, após a OPA, e as melhores condições de mercado e as “positivas perspetivas hídricas”, segundo a companhia.