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E-lar: Apoio à compra de eletrodomésticos só avança em setembro

E-lar - programa para substituir esquentadores, fogões e fornos - sofreu mais uma derrapagem no seu lançamento e aguarda agora por setembro ver a luz do dia. A razão? Assegurar que a informação sobre os apoios "chega ao maior número possível de beneficiários", já que agosto é mês de férias para muitos portugueses, justifica ao JE fonte oficial da ministra do Ambiente e Energia, Graça Carvalho.

O E-Lar, programa de apoio à compra de eletrodomésticos mais eficientes, esteve previsto primeiro para junho, depois para julho, mas só irá arrancar em setembro. Embora o formato e as regras já estejam fechados, o Ministério do Ambiente e Energia decidiu adiá-lo para depois das férias, em setembro.

"O aviso de abertura do programa será publicado em setembro, por decisão da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, que entendeu que o mês de agosto — período em que muitos portugueses se encontram de férias — não permitiria uma comunicação suficientemente ampla e eficaz", explicou fonte oficial do ministério ao Jornal Económico (JE).

Este adiamento, justifica a mesma fonte, "visa garantir uma divulgação abrangente e clara junto da população, assegurando que a informação sobre os apoios chega ao maior número possível de beneficiários".

Com uma dotação de 100 milhões de euros, o E-Lar tem como objetivo substituir fogões, fornos e esquentadores ineficientes ou a gás por equipamentos elétricos de classe A ou superior e vai chegar a todos os consumidores que queiram melhorar a eficiência energética da sua casa. O ministério ainda não revelou qual o valor do apoio para cada um dos grupos, sendo certo que para as famílias mais carenciadas a comparticipação vai ser de 100%.

A lógica do funcionamento do E-Lar traz algumas mudanças face ao programa Edifícios Mais Sustentáveis, em que os consumidores adiantam o dinheiro, que lhes é mais tarde devolvido. Uma herança do último governo socialista e que tem sido "uma dor de cabeça" de tão complexo que é, disse a ministra na semana passada, numa conferência de imprensa da semana passada.

Tratando-se de um concurso com fundos europeus (PRR), "temos muito pouca flexibilidade de mudar as regras a meio do caminho", lamentou Maria Graça Carvalho, dando conta que das 80 mil candidaturas ao Edifício Mais Sustentáveis recebidas, restavam no final de junho analisar 10 mil. "Esperamos muito em breve ver-nos livres deste programa, é uma dor de cabeça para todos os envolvidos (...) É tão morosa e minuciosa esta avaliação que as pessoas que estão a avaliar acabam por desistir", disse a ministra.

Provado que está que aquele modelo "não funciona", o Governo vai fazer uma aposta diferente porque, justifica Graça Carvalho, "programas dirigidos à população em geral têm que ser muito simples e não podem ser baseados em a pessoa ter que adiantar o dinheiro e depois ficar um ano, dois anos, à espera de reaver o dinheiro".

No E-Lar, os consumidores compram os eletrodomésticos já com o respetivo desconto e são os comercializadores, com quem o executivo estabelece um acordo, quem vai "pedir a conta". O Jornal Económico procurou saber quem são os comercializadores que vão aderir ao novo programa, mas fonte da tutela não detalhou essa informação, assinalando apenas que "todos os trabalhos preparatórios para o lançamento estão concluídos".