Em abril de 2024, a Deloitte Legal passou a integrar a rede Deloitte Portugal, um passo que Mónica Moreira, managing partner do escritório, qualifica como um “fator de diferenciação e crescimento”.
“Com esta nova fase, posicionamo-nos no mercado com três fatores distintivos – o footprint internacional, a aposta em inovação e tecnologia, e a capacidade de, com a Deloitte, assegurarmos uma prestação de serviços integrada aos clientes”, explica a sócia e coordenadora da área de Fusões e Aquisições da Deloitte Legal em Portugal, em entrevista ao Jornal Económico (JE).
Anteriormente CTSU, a Deloitte Legal prepara-se, assim, para o contexto das sociedades multidisciplinares, depois de ter entrado em vigor o pacote legislativo que vem permitir o exercício da advocacia com outras profissões liberais e o desenvolvimento de ofertas multidisciplinares no país.
Dando como exemplo as operações de aquisição, a advogada explica que a realidade multidisciplinar da qual o escritório agora faz parte permite apresentar “uma resposta abrangente, desde a due diligence – agregando as diferentes componentes, financeira, fiscal, legal e laboral, técnica, comercial ou outra – até à formalização da transação e aos desafios da integração pós aquisição”. O escritório sai favorecido, também, com uma capacidade potenciada para acompanhar os “clientes nos seus projetos de transformação digital, de desenvolvimento tecnológico e de implementação de inteligência artificial, de forma integrada, associando especialistas nas diferentes vertentes”.
Sobre a multidisciplinaridade, a advogada considera-a uma “mais-valia importante para o desenvolvimento do mercado”. Mónica Moreira confirma a existência de “algumas resistências a esta abertura”, acrescentando que, porém, “acredita que a mesma está bastante consensualizada no mercado e no meio das sociedades de advogados”.
A sócia da Deloitte Legal considera que a “abertura à multidisciplinaridade e à possibilidade de exercício da profissão em conjunto com outros profissionais era algo expectável já desde 2014, na sequência dos compromissos internacionais assumidos na altura por Portugal, e em linha com as diretivas europeias”.
“Nos países em que há abertura à multidisciplinariedade há mais anos, encontramos mercados desenvolvidos e competitivos, com sociedades de advogados tradicionais e sociedades associadas a consultoras a oferecerem diferentes serviços aos clientes”. Sobre o projeto “diferenciado e de grande potencial” que integra, Mónica Moreira revela que está nos planos da empresa apostar na contratação de novos advogados, que ascendem atualmente a 60. “Continuaremos a investir na nossa cultura, no desenvolvimento dos nossos profissionais, e no crescimento e reforço das nossas equipas”, sublinhou, insistindo na importância do investimento “em inovação e tecnologia”. Entre as áreas de maior preocupação dos clientes da Deloitte Legal lista-se, entre outras, a transformação digital”.
“Prevemos crescer este ano de forma sólida e robusta em todas as nossas áreas, com especial enfoque nas áreas transacionais e nas áreas associadas a tecnologia e a sectores regulados”, detalhou.
O escritório português da Deloitte Legal integra uma rede global ramificada em mais de 75 países, que contam com cerca de 2500 advogados. Nas palavras de Mónica Moreira, a partilha da “cultura de inovação”, “princípios éticos e padrões de exigência técnica” entre os profissionais do grupo proporciona ao escritório nacional uma “capacidade única de acompanharmos os clientes nos seus projetos internacionais e multijurisdicionais com valor acrescentado”.