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Altice, Lusoponte, autoestradas, os negócios de 2024 com TAP e Luz Saúde à espreita

Negócios: A venda da Altice está em processo lento, mas o mercado continua à acreditar num desfecho. De repente o Banco March entrou na Lusoponte. Mas as surpresas podem vir da TAP e das alternativas ao IPO da Luz Saúde.

Avenda da Altice abrandou o ritmo, com a Saudi Telecom a tentar encontrar parceiros nacionais para “aportuguesar” a proposta de compra da dona da MEO. Os gruposAmorim e Queiroz Pereira não viram interesse numa parceria para a compra da Altice, mas, e segundo as nossas fontes, a Saudi Telecom Company continua o périplo pela procura de parceiros nacionais, admitindo até uma parceria com um private equity nacional. De qualquer maneira o processo de venda está a evoluir de forma mais lenta do que o esperado.


Noutro sector, foi anunciada esta quinta-feira a entrada do espanhol Banca March no veículo que compra ao Novobanco de 40% da empresa portuguesa Lineas Concessões de Transportes, numa operação assessorada pela Cuatrecasas (ver notícia na página 24 do JE Advisory). O Banco March prepara-se para lançar o March Lusitana, uma proposta de coinvestimento que vai abrir aos seus clientes através de um veículo de capital de risco. A operação consiste na aquisição de 40% da empresa portuguesa Lineas-Concessões de Transportes pelo Banca March e pela Serena Industrial Partners. Sendo que os restantes 60% do capital continuarão nas mãos da Mota Engil, principal concessionária e construtora portuguesa. A Lineas-Concessões de Transportes controla 50,5% da Lusoponte, empresa que explora as portagens nas duas principais pontes de Lisboa (Vasco da Gama e 25 de Abril) e 80,8% da concessão da Douro Interior, uma autoestrada de 242 quilómetros localizada no nordeste de Portugal (eixos IP2 e IC5).


Também no mesmo sector, o fundo de private equity Strategic Value Partners pôs a Autoestrada do Douro Litoral (AEDL) à venda e recebeu no passado dia 10 de maio propostas não vinculativas (Non-Binding Offers) da Abertis, do Icon Infraestructure, do Vauban Infraestructure Partners e da Ascendi.


A Margermarket avançou que a Globalvia, a Aleatica, da Munich Re company (MEAG) e do Igneo Infrastructure Partners, podem ter manifestado interesse.


Outra operação esperada é a venda do Hospital da Cruz Vermelha. Ambos os acionistas – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (55%) e Parpública (45%) estão a avançar com o processo de venda da CVP – Sociedade de Gestão Hospitalar, que detém o Hospital da Cruz Vermelha.
As surpresas no segundo semestre podem vir da TAP e da Luz Saúde.


No caso da TAP alguns assessores financeiros e jurídicos estão a contar que o processo seja retomado. Isto apesar de o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, quando questionado sobre a privatização da companhia aérea, ter respondido categoricamente que “não é agora o tempo de se falar na TAP”, numa altura em que tem em mãos o projeto do novo aeroporto e das linhas de alta velocidade,


“Não temos preconceito face à privatização total da TAP”, mas não é prioridade neste momento. disse também Miguel Pinto Luz. Já Joaquim Miranda Sarmento, Ministro das Finanças é a favor manter hub de Lisboa e procurar ter o maior encaixe financeiro que permita recuperar o total ou a maior parte da injeção de 3,2 mil milhões de euros na TAP. Numa entrevista à RTP Miranda Sarmento disse que há três interessados na privatização da TAP e que isso é diferente de ter “10 ou 20 interessados”, adiantando que, “quanto menos condicionado estiver o Governo, mais grau de liberdade terá para conseguir aqueles dois objetivos”. As nossas fontes acreditam que possa ser desencadeada uma nova operação de mercado com a TAP, ainda que não nos moldes previstos pelo anterior Governo e que segundo o decreto-lei de privatização da TAP previa a venda de, pelo menos, 51% da companhia.


Outra surpresa pode vir da Luz Saúde, depois de ter suspendido a oferta pública inicial (IPO), devido às “condições de mercado adversas”. A empresa vai continuar “a monitorizar ativamente as condições de mercado e a evolução favorável das avaliações do setor da saúde” e admite “considerar a possibilidade de retomar o processo de IPO”, numa transação que reconheça o valor da empresa. No mercado corria a possibilidade de o fundo de private equity C2 Capital Partners entrar no capital da Luz Saúde, mas fonte da empresa desmentiu categoricamente. O processo pode passar antes por um IPO noutros moldes, apurou o JE. Está ainda a decorrer a venda da Smile.Up pelo fundo Vallis, para além da OPA da KKR á Greenvolt.