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De pequenino se torce o pepino na literacia financeira

Supervisores acreditam que a educação financeira deve começar desde cedo, promovendo ações de formação junto das escolas junto de alunos, mas também de professores e formadores.

De pequenino se torce o pepino, lá diz o ditado. Num mundo em que a literacia financeira ganha cada vez mais força, o que andam os reguladores em Portugal a fazer para educar os mais novos (mas não só)?
“São vários os programas que o Banco de Portugal (BdP) desenvolve, dirigidos a múltiplos públicos-alvo, destacando-se pela sua relevância, as atividades dirigidas a crianças e jovens, dado o seu potencial efeito transformador nos conhecimentos, atitudes e comportamentos financeiros da população, a longo prazo”, explica fonte oficial.
A instituição liderada por Álvaro Santos Pereira revela que desde 2008 que tem desenvolvido atividades de promoção da literacia financeira da população portuguesa, “quer a nível setorial (i.e., individualmente), quer em conjunto com os outros dois supervisores financeiros (ASF e CMVM) desde o lançamento do Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF), em 2011, no âmbito do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros”, segundo fonte oficial.
Em particular, destaca a educação financeira nas escolas, como um “pilar estratégico do PNFF, desde o seu lançamento”.
Com esse objetivo, o Banco de Portugal e os outros supervisores financeiros “têm desenvolvido um trabalho conjunto com o Ministério da Educação, tendo sido alcançadas importantes etapas, onde se incluem: a publicação, em 2013, do Referencial de Educação Financeira, que estabelece as matérias financeiras consideradas essenciais desde a educação pré-escolar até ao ensino secundário; o desenvolvimento, a partir de 2014, de um programa de formação de professores, com o objetivo de os capacitar para a abordagem de temas financeiros; e a publicação, a partir de 2015, de materiais didático-pedagógicos destinados a apoiar os docentes na implementação do Referencial de Educação Financeira em sala de aula”.
O PNFF tem trabalhado em “estreita colaboração” com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) na implementação da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, “através da disponibilização de recursos formativos, na formação de formadores/professores e na preparação de materiais pedagógicos”, adianta. Alguns dos projetos são: Cadernos de Educação Financeira; Formação de professores; Concurso Todos Contam.
Por seu turno, a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) também tem apostado na literacia financeira, considerando que é a “primeira linha de defesa dos cidadãos que recorrem a produtos e serviços prestados pelo setor financeiro. Ter investidores bem informados, conhecedores dos seus direitos, munidos de conhecimentos que lhes permitam tomar decisões financeiras informadas e, conscientes, adequadas aos seus objetivos de poupança/investimento é condição vital para o bom funcionamento e desenvolvimento dos mercados financeiros”, segundo fonte oficial.
A entidade presidida por Luís Laginha de Sousa adianta que “tem vindo a reforçar iniciativas neste âmbito, quer individualmente, quer em conjunto com os outros dois supervisores financeiros, no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF)”, destacando as ações de formação junto das escolas e de segmentos da população mais vulneráveis.
A CMVM também destaca o Plano de Literacia Financeira que este ano está focado na “capacitação para deteção de situações de fraude e burla, criptoativos e a sua nova regulamentação, e decisões de aplicação das poupanças tendo também em conta o papel crescente das redes sociais e dos finfluencers”.
Ao mesmo tempo, tem “procurado otimizar os seus esforços de literacia financeira, abrangendo não só os investidores de retalho, mas também os intervenientes no processo de decisão, incluindo consultores financeiros, finfluencers e comercializadores de instrumentos financeiros, privilegiando a atuação articulada com outras entidades com relevância nestas áreas”.
Outra iniciativa é a Semana Mundial do Investidor que este ano esteve focada no mercado de capitais, o setor bancário, setor segurador, inovação financeira e fraude financeira e cibersegurança, de acordo com a CMVM.

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