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Conselho Geral e de Supervisão da EDP escolhe presidente e dois independentes a 10 de abril

O Jornal Económico sabe que com Talone saem também outros dois membros independentes do órgão de fiscalização da comissão executiva da EDP, por terem terminado já o terceiro mandato de três anos. María del Carmen Fernández Rozado e João Carvalho das Neves serão substituídos em abril, a par do novo presidente que ocupará o lugar de João Talone que não está disponível para fazer um segundo mandato.

A China Three Gorges com  20,86% do capital da EDP vai escolher o novo chairman e presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) a 10 de abril na Assembleia Geral eleitoral, cuja convocatória terá de ser publicada no mínimo 15 dias antes. Não será apenas João Talone que será substituído, já que o órgão de supervisão da EDP perde dois administradores independentes, lugares que ficam em aberto para preencher no próximo mandato (2024-2026).

O Jornal Económico sabe que com Talone saem do CGS outros dois membros independentes, por terem terminado já o terceiro mandato de três anos: María del Carmen Fernández Rozado e João Carvalho das Neves.

A par com os chineses da China Three Gorges, os acionistas com participação qualificada e com poder para decidir a escolha dos órgãos sociais são a Oppidum Capital, com 6,82%; a BlackRock também com 6,82%; e o Canada Pension Plan Investment Board com 5,62%.

Tal como comunicado ao mercado, o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, João Talone, vai abandonar as funções que exerce neste órgão social da elétrica desde 2021, tendo já comunicado a sua indisponibilidade para continuar num novo mandato.

O chairman e presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP está de saída da companhia. A notícia foi inicialmente avançada pelo Expresso e entretanto comunicada pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

João Talone propôs uma redução da dimensão do CGS alegando que essa diminuição iria ao encontro das melhores práticas de gestão mas viu essa pretensão ser rejeitada pelo acionistas, confirmaram ao JE fontes deste órgão de fiscalização da atividade da EDP. Foi essa a motivação para apresentar a recusa em assumir um segundo mandato como presidente daquele órgão.

Atualmente, o Conselho Geral e de Supervisão tem 16 elementos, incluindo o presidente João Talone, que permanecerá em funções até à Assembleia Geral da empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade. Cinco são representantes do maior acionista, a China Three Gorges (Dingming Zhang; Shengliang Wu; Ignacio Herrero Ruiz; Hui Zhang; e Miguel Pereira Leite) e dois representam a espanhola Oppidum, sendo os restantes independentes, incluindo Luís Palha da Silva e Esmeralda Dourado.

Na passada quinta-feira, a EDP comunicou no site da CMVM que recebeu um comunicado do Presidente do Conselho Geral e de Supervisão, João Talone, "informando da respetiva indisponibilidade para integrar o órgão de supervisão da EDP no próximo mandato (2024-2026)".

"A este propósito, a EDP reconhece a excelência do contributo" de João Talone no desempenho "do importante papel enquanto Presidente do Conselho Geral e de Supervisão, para o cumprimento dos objetivos estratégicos da EDP".

Anunciando que João Talone manter-se-á em funções até à próxima Assembleia Geral eletiva, prevista para o dia 10 de abril de 2024.

Talone queria reduzir representantes dos chineses e espanhóis

O ex-presidente da elétrica defendia alterações ao modelo de governação da EDP, nomeadamente a redução até dois representantes do maior acionista China Three Gorges (CTG) e um do grupo Masaveu neste órgão de fiscalização da atividade da EDP.

João Talone lidera Conselho Geral e de Supervisão desde 2021, cujo mandato terminou no final do ano passado, quando substituiu Luís Amado (antes, o presidente do CGD tinha sido Eduardo Catroga). No mandato de Talone o CGS tinha passado de 21 para 16 membros.

De acordo com fontes do CGS, João Talone “fez um excelente mandato”, destacando que este responsável conhece bem o sector e “surpreendeu pela liderança ao fazer uma gestão muito equilibrada no relacionamento com a comissão executiva”.

Uma dessas fontes destacou que a decisão de Talone “foi inesperada”, realçando que há uma tendência para um peso mais reduzido dos acionistas no CGS, mas que, no caso da EDP, “funcionou em” e “não houve qualquer interferência dos acionistas no sentido de procurar limitar as decisões”. “Foi um mandato com grande independência”, remata.

João Talone nas últimas semanas, tinha manifestado a visão de que a EDP deveria reduzir o número de membros do CGS. O objetivo era o de passar dos atuais 16 para 13 ou 14 membros.

O atual presidente do CGS queria reduzir para um membro em representação do acionista espanhol e para três ou, no máximo, quatro membros os representantes dos chineses da China Three Gorges Corporation.

A proposta foi apresentada aos acionistas, tendo Talone dado o prazo do final do ano para ter uma resposta dos acionistas, que acabou por não chegar. O gestor tinha também defendido a necessidade de reforçar o número de independentes no CGS que tem como função fiscalizar a atividade da comissão executiva da companhia, liderada por Miguel Stilwell de Andrade.