Está a chamar dinamismo económico a crescimentos de 2 e 3%. Nós já chamamos dinamismo económico ao que há alguns anos seria chamado de estagnação medíocre. Claro que é bom que haja finalmente esse pequeno respiro. Finalmente saímos da recessão em 2016, nove anos depois de a termos começado, muito depois dos EUA, porque a política europeia determinou que a recessão de arrastasse. A recessão tinha um efeito curativo, que era destruir o movimento operário, destruir o movimento popular, enfraquecer a capacidade dos Estados reivindicarem o seu papel soberano. A UE é como um eucalipto, seca tudo à sua volta. A forma lastimável como se tratou a crise dos refugiados, com um acordo vergonhoso com a Turquia, pagando-lhe para que prendesse em campos os refugiados e virasse as costas à tradição, que vem da segunda guerra mundial e depois da segunda guerra mundial, de respeito pelos direitos humanos, é expressão de tudo isso. Temos uma direção muito frágil, um caminho muito incerto, instituições em guerra, uma economia com grandes dificuldades. E o verdadeiro teste de tudo isso é quando tivermos uma nova crise, uma nova recessão, e vamos tê-la. As medidas atuais responderão tão mal como já responderam a crises anteriores. O governador cessante do banco central chinês fez três discursos desde setembro a falar do momento Minski – algo do tipo do subprime. É um alerta para levar muito a sério. Há uma bolha especulativa e esse fraco crescimento não recupera suficientemente a procura agregada, para poder relançar a economia, e portanto é muito vulnerável a efeitos de bolha, que ocorre em muitos dos principais mercados europeus.