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Carlos Tavares fica chairman do Montepio e do BEM

O Banco de Portugal não autoriza que Carlos Tavares seja chairman do Banco Montepio e CEO do BEM. A solução passa por ser CEO dos dois ou chairman dos dois bancos. Mas a Mutualista não vai mudar o CEO do banco.

O Banco de Portugal (BdP) não autoriza que Carlos Tavares seja ao mesmo tempo Presidente do Conselho de Administração do Banco Montepio (chairman) e CEO (presidente executivo) do recém rebaptizado BEM -Banco de Empresas Montepio. Este modelo acabou por não ser remetido para o BdP, pelo que a solução que está prevista é Carlos Tavares manter-se como chairman dos dois bancos, e serem nomeados dois administradores delegados para o BEM.
Inicialmente a decisão de Carlos Tavares ficar na liderança do conselho de administração do Banco Montepio tinha a finalidade de permitir ao antigo presidente da CMVM dedicar-se de forma mais próxima ao BEM, uma instituição que irá ter o enfoque no crédito e apoio às empresas. Chegou a ser noticia o facto de Carlos Tavares poder vir a ser o CEO do BEM, mas contactado o próprio desmentiu que isso estivesse previsto.
O Jornal Económico sabe que neste momento já há um pedido enviado ao Banco de Portugal para reforçar a atual administração do BEMcom mais três administradores, sendo que um dos nomes está pedido para administrador-delegado e dois são atualmente administradores do Banco Montepio.
Neste momento o BEM, detido a 100% pelo Banco Montepio, tem três administradores, um é o Chairman Carlos Tavares e há mais dois, José Carlos Mateus e Carlos Leiria Pinto (todos são, simultaneamente, administradores da casa-mãe).
O que está previsto é que o banco que nasce da licença bancária do Montepio Banco de Investimento tenha dois ou três administradores delegados que ficam em exclusividade no banco, sabe o Jornal Económico. No futuro está previsto serem remetidos para o BdP mais dois nomes para administradores não executivos do BEM, revelou fonte ligada ao processo.
Fica ainda em aberto a possibilidade de Dulce Mota ser confirmada como CEO do Banco Montepio. Sendo a única vice-presidente da comissão executiva do banco assumiu estatutariamente o lugar de CEO, assim que Carlos Tavares optou por ser chairman, mas essa situação pode não ser definitiva.
A solução teórica perante as exigências do Banco de Portugal seria sempre uma de três: ou a Associação Mutualista (dona do Banco Montepio) decide encontrar um Chairman e Carlos Tavares passa a CEO, o que, segundo fonte da Mutualista, não está previsto.
A outra solução seria designar Dulce Mota como CEO do Banco Montepio, confirmando a função que atualmente desempenha; ou designar um outro CEO para o banco.
“Não há qualquer decisão tomada”, diz fonte do banco que lembra que não foi fixado qualquer prazo.
Para que Carlos Tavares fosse o presidente executivo do BEM teria de convencer a instituição liderada por Tomás Correia (Associação Mutualista) a enviar uma alteração aos órgãos sociais do Banco Montepio. O que não está previsto.
Saliente-se que se a Associação Mutualista decidisse mudar a administração do Banco Montepio no sentido de voltar à solução de Carlos Tavares ser CEO do banco, este já poderia acumular com a função de Chairman da subsidiária BEM. Modelo que outros bancos têm.
A definição da administração do Banco Montepio, no sentido de designar um CEO, está também dependente do parecer da Comissão de Remunerações que tem por função avaliar a Comissão Executiva, e que foi recentemente nomeada.
Recorde-se que face à recusa do BdP em aprovar o nome de João Ermida, proposto por Tomás Correia (presidente da mutualista), por não ter experiência recente na banca, o Banco Montepio lançou o nome de Dulce Mota para CEO. Na solução encontrada, Dulce Mota arrisca a ser CEO até final do mandato, numa equipa composta no total por 16 elementos.
João Ermida foi entretanto aprovado para administrador não executivo do Banco Montepio. A administração não executiva é ainda composta por Luís Guimarães; Amadeu Ferreira de Paiva; Manuel Ferreira Teixeira; Vítor Martins; Rui Pedro Matos Heitor; Pedro Alves e Carlos Alves.
A comissão executiva é composta, para além de Dulce Mota, por Nuno Mota Pinto; José Carlos Mateus; Pedro Ventaneira; Carlos Leiria Pinto; Helena Costa Pina e Leandro Silva.
Ontem o banco veio a público negar divergências entre o Conselho de Administração e a Comissão Executiva relativamente ao Plano de Transformação, que prevê a criação do BEM. O banco “repudia qualquer tentativa de criação artificial de divisões a propósito de uma iniciativa que constitui um elemento crucial do plano de transformação e que fará a diferença da atuação do Grupo Montepio no segmento das empresas”, lê-se na nota. 

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