A empresa brasileira Avatim, especializada em cosméticos e perfumaria, tem a cidade do Porto “no radar” um ano após iniciar o processo de internacionalização e a expansão europeia com a entrada em Lisboa. O sócio fundador da empresa disse ao Jornal Económico (JE) que pretende avaliar o mercado nacional até alargar a operação à região norte.
“Temos interesse noutros pontos de Portugal. Mas, por enquanto, estamos a avaliar a resposta dos consumidores do país às nossas três primeiras unidades para então darmos o próximo passo com segurança”, explicou César Fávero, referindo-se às três lojas que tem em Portugal: na zona do Saldanha e nos centros comerciais Vasco da Gama e Colombo.
“A cidade do Porto está, certamente, no nosso radar. No entanto, por enquanto, vamos consolidar a nossa atuação em Lisboa, que escolhemos como uma espécie de «termômetro» para avaliar o desempenho das nossas lojas no país”, afirmou o empreendedor da beleza.
Portugal é uma rampa de lançamento da Avatim para as grandes economias do Velho Continente, sendo que o plano inicial é entrar em Espanha e França. “A ideia é reproduzir na Europa o plano de franchising que seguimos no Brasil. No entanto, priorizamos consolidar nossa presença em Portugal antes de avançar com essa iniciativa”, detalha o gestor, que fundou a Avatim com Mónica Burgos, há 22 anos, em Ilhéus no sul da Bahia.
Questionado sobre um dos obstáculos neste sector, o facto de a regulação do Brasil e da União Europeia (UE) ser diferente e impedir que nem todas as gamas de produtos estejam autorizadas a atravessar o Atlântico, César Fávero referiu que o portefólio da Avatim que está disponível na UE passou por uma avaliação dos órgãos de supervisão, mas admitiu que “alguns itens tiveram de ter suas fórmulas revistas e alteradas para responder às regras do mercado europeu”.
No ano passado, a empresa registou um crescimento de 36% no volume de negócios em relação a 2022.
Na opinião do cofundador da Avatim, a extensa comunidade brasileira em Portugal, que está familiarizada com os produtos inspirados em aromas do Brasil, apoiará a empresa na compreensão das preferências dos consumidores portugueses. “Pode contribuir significativamente para promover a qualidade da nossa marca. Estamos focados em introduzir os benefícios dos ingredientes das florestas brasileiras para a pele e o ambiente dos europeus. Em breve, esperamos ter um panorama mais claro do comportamento de consumo local”, disse ao JE.
“Os nossos produtos estão a receber uma excelente aceitação em Portugal. Até o momento, observamos uma procura crescente por itens das linhas corporais, como o Açúcar em Óleo Cupuaçu & Castanha do Brasil e o Óleo em Creme Copaíba & Andiroba. No Brasil, esses produtos são alguns dos carros-chefes da marca, juntamente com o perfume Gigi e as linhas de perfumes para ambientes”, contou ainda César Fávero.