O Bison Bank, que até agora tem centrado a sua atuação na gestão de ativos e na banca de investimento, vai entrar no mercado do crédito à habitação, numa tentativa de ir ao encontro das necessidades dos seus clientes, nomeadamente dos estrangeiros. Comercializado em parceria com a Unión de Créditos Inmobiliarios (UCI), a solução do banco liderado por António Henriques destaca-se pelas prestações que podem ser desenhadas à medida dos clientes.
“Hoje temos muitos clientes internacionais” e para “ser o primeiro banco desses clientes em Portugal, o Bison Bank tem de ter a preocupação de lhe dar os serviços básicos. Isso justifica o lançamento, por exemplo, do cartão de débito há dois meses e o crédito à habitação entra exatamente na mesma oferta”, começa por dizer António Henriques, CEO da instituição financeira, ao Jornal Económico, numa altura em que o número de clientes estrangeiros supera o de portugueses do ponto de vista global.
Os clientes que quiserem contrair um empréstimo para a compra de casa em Portugal junto do Bison Bank poderão optar por taxa fixa a 10 ou 15 anos, taxa variável indexada à Euribor a seis meses ou taxa mista nos casos em que os créditos são de mais longo prazo. “Como temos muita clientela internacional acreditamos que a taxa fixa possa ter algum relevo, uma vez que em alguns países é privilegiada face à taxa variável”, diz o presidente executivo do banco. A taxa variável é, por norma, a escolha da maioria dos consumidores em Portugal que não são o principal foco desta oferta.
“Este produto fica disponível também para clientes portugueses, mas estamos a pensar muito nos clientes internacionais. Os clientes portugueses já têm hoje uma oferta muito grande de crédito à habitação em Portugal. É um mercado muito competitivo e nós não queremos estar neste mercado”, diz. A aposta do banco recai em clientes com rendimentos elevados.
Por outro lado, a UCI tem “disponibilidade total para fazer crédito a pessoas não residentes em Portugal”, além de também considerar o portefólio de criptoativos na sua análise de crédito, limitado aos tokens aceites pela Bison Digital Assets, a subsidiária criada pelo banco no ano passado, como é o caso da bitcoin ou da ethereum.
Crédito com prestações à medida
Para terem acesso a este produto, os quase 3.000 clientes do Bison Bank, que não tem presença física além dos escritórios em Lisboa, terão apenas de sinalizar que estão interessados para serem contactados e terem acesso a uma experiência personalizada. “Contrariamente à cadeia de valor do crédito à habitação em que um cliente português normalmente começa por fazer uma simulação em vários bancos, este nosso cliente tem uma cadeia de valor ligeiramente diferente”, nota António Henriques, explicando que o “processo não se inicia com uma simulação online, mas com uma mensagem a demonstrar interesse” através dos canais digitais.
O crédito será depois “desenhado” com o cliente, havendo flexibilidade na forma como os pagamentos serão feitos. “Se existir um cliente onde é reconhecido que vai comprar um imóvel com uma grande qualidade, que tem capacidade financeira para acomodar o serviço da dívida ao longo do financiamento, é possível pagar mais numa altura e pagar menos noutra. Esse tipo de planeamento é possível, mas tem de ser feito logo de início”.
Questionado sobre as metas em termos de concessão de crédito à habitação, o CEO do Bison Bank diz ainda não ter. “É uma experiência. Estamos muito convencidos que é uma oferta que os nossos clientes vão gostar. Diria que no final deste ano estaremos preparados para definir com mais rigor os objetivos comerciais de lançamento deste produto”, conclui.