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"Bem-estar é cada vez mais reconhecido como essencial para a produtividade e sucesso das empresas"

A Alfândega do Porto prepara-se para receber mais uma edição do Happiness Camp. O Jornal Económico falou com António Pedro Pinto, co-fundador e CEO do Happiness Camp, para saber quais os temas que serão abordados e as novidades que vão acontecer este ano, a 17 de setembro.

Está a chegar uma terceira edição do Happiness Camp ao Porto. O que esperar desta edição?

Entre os destaques da terceira edição do Happiness Camp estão os palcos “Happy Stage” e “Joyful Stage powered by Vestas”, onde vice-presidentes de empresas como Netflix, LinkedIn, Google e Coca-Cola irão partilhar as suas perspetivas sobre a sustentabilidade humana e temas como cultura organizacional, liderança, inovação e diversidade.

Além disso, iremos contar com os "Happiness Labs”, que consistem em sessões técnicas e intimistas que disponibilizam ferramentas práticas, explorando casos que incidem sobre áreas como linguagem corporativa inclusiva e marketing de recrutamento. Teremos também o "Playful Pitstop" e o "The Business Club" focados no desenvolvimento de soft skills, fomentando a criatividade e a colaboração num ambiente descontraído.

O Happiness Camp 2024 também será uma celebração da arte e da ciência da felicidade, com o "Dopamine Hub", um circuito de instalações artísticas projetado para estimular a produção de dopamina, proporcionando uma experiência sensorial única.

Por fim, com a participação de 15 mil pessoas, de 50 nacionalidades diferentes e mais de 500 empresas, que encaram o evento como um dia oficial de formação, os participantes terão a oportunidade de receber um certificado oficial de oito horas de formação, acreditado pela Happiness Business School, reforçando o compromisso das organizações com o bem-estar e a formação contínua dos seus colaboradores.

Esta edição promete assim ser transformadora, combinando inspiração e aprendizagem num só evento.

Qual o sentimento visível nos participantes após uma edição?

Os participantes do Happiness Camp saem do evento inspirados e dotados de novas ferramentas e conhecimento para aplicar nas suas vidas, seja no âmbito pessoal como profissional. Relatos de edições anteriores indicam que a participação no evento contribuiu para a implementação de mudanças significativas nas suas organizações. Além disso, existe uma satisfação geral com o ambiente inclusivo e acolhedor do Happiness Camp, que promove o bem-estar e a felicidade de forma holística. Para muitos dos participantes, o Happiness Camp não se trata de uma conferência, mas sim uma verdadeira experiência imersiva em felicidade.

Estão à espera de quantos participantes este ano?

No ano passado, o Happiness Camp superou a marca dos seis mil participantes, representando mais de 20 nacionalidades. Para esta terceira edição, a nossa ambição é ir ainda mais longe, esperando alcançar 15 mil participantes de 50 nacionalidades. Estamos a observar um interesse crescente, especialmente entre os participantes estrangeiros de países como os Estados Unidos, a Alemanha ou o Brasil, que têm mostrado particular entusiasmo pelo Happiness Camp e pela cidade do Porto.

Qual a importância de realizar o Happiness Camp numa cidade como o Porto?

A escolha do Porto como cidade anfitriã do Happiness Camp é extremamente significativa. O Porto é conhecido como uma das cidades mais felizes da Europa, o que se alinha perfeitamente com os objetivos do evento. A cidade oferece uma combinação única de história, cultura vibrante e qualidade de vida, criando o ambiente ideal para um evento que visa discutir e promover a felicidade e o bem-estar. Além disso, o local específico do evento, a Alfândega do Porto, proporciona um espaço versátil e historicamente rico, com uma localização privilegiada junto ao rio Douro, que facilita o acesso e proporciona uma experiência inesquecível aos participantes.

Quais os temas em discussão nesta edição?

Nesta edição, o Happiness Camp irá abordar um conjunto de tópicos ligados à sustentabilidade humana e bem-estar corporativo. Alguns dos temas incluem a cultura organizacional, a liderança orientada para o propósito, saúde mental no ambiente de trabalho, diversidade, equidade e inclusão, inovação, comunicação interna, neurodiversidade e as expectativas da geração Z no mercado de trabalho. Estes temas serão explorados por especialistas de renome internacional, proporcionando aos participantes uma visão abrangente e prática sobre como criar ambientes de trabalho mais saudáveis e felizes.

Qual a importância de colocar estes temas na ordem do dia?

A discussão destes temas é vital num contexto corporativo onde o bem-estar dos colaboradores é cada vez mais reconhecido como essencial para a produtividade e o sucesso das empresas. Colocar estes tópicos na ordem do dia é um passo crucial para mudar o paradigma atual, onde, muitas vezes, a saúde mental e o bem-estar são negligenciados e perante os elevados riscos de depressão e burnout identificados pela Organização Mundial da Saúde como a segunda principal causa futura de incapacidade.

Além disso, é essencial abordar estes temas para combater e reverter a tendência em crescimento junto do jovem talento em Portugal, dado que quatro em cada 10 jovens portugueses apresentam sintomas de depressão. Ao promover estas discussões, o Happiness Camp contribui para um ambiente de trabalho mais sustentável, onde os colaboradores se sentem valorizados, motivados e alinhados com os objetivos das organizações portuguesas.

Depois de tanta conversa sobre burnout e saúde mental nos últimos anos, ainda há a necessidade de discutir estes tópicos?

Sim, existe essa necessidade e continua a ser imperativa. Apesar do aumento da consciencialização, os índices de burnout e depressão continuam elevados, tanto a nível global, como em Portugal. A rápida evolução do ambiente de trabalho, com desafios como o trabalho híbrido e a pressão constante, faz com que estes temas sejam cada vez mais relevantes. Eventos como o Happiness Camp não só mantêm a discussão ativa como também oferecem soluções práticas e inovadoras para mitigar estes problemas e promover o bem-estar dos colaboradores.

Este ano um dos temas abordados será a felicidade corporativa. O que é isto e qual a importância da felicidade dentro das empresas?

A felicidade corporativa refere-se à prática de colocar o bem-estar dos colaboradores no centro das estratégias empresariais. Isto envolve a criação de um ambiente de trabalho que atenda às necessidades físicas, emocionais e psicológicas dos colaboradores, promovendo um equilíbrio saudável entre a vida profissional e pessoal.

A importância da felicidade dentro das empresas é significativa. Colaboradores satisfeitos tendem a ter menor absentismo, maior produtividade e uma maior probabilidade de permanecer na empresa, o que reduz custos e melhora os resultados corporativos. Além disso, um ambiente de trabalho positivo fortalece a resiliência e a eficiência dos negócios. Há ganhos para todos.

Há algum segredo para atingir a felicidade corporativa em pleno? Que planos podem adotar as empresas para ter trabalhadores mais felizes?

Não existe um segredo único para atingir a felicidade corporativa, mas existem práticas que podem ser adotadas para promover um ambiente de trabalho mais feliz. Para tal, as empresas devem investir em programas de bem-estar, que vão desde o apoio à saúde mental até ao desenvolvimento de competências interpessoais e à criação de uma cultura de inclusão e respeito. A transparência na comunicação, o reconhecimento do trabalho e a promoção de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional são também essenciais. E, a implementação de políticas que permitam flexibilidade, reconheçam as conquistas dos colaboradores e que fomentem o trabalho em equipa também contribuem significativamente para a felicidade no local de trabalho e para que estes se sintam realizados.

Depois da felicidade corporativa, como planeiam abordar a sustentabilidade humana?

A sustentabilidade humana é uma extensão natural do conceito de felicidade corporativa, e diz respeito à criação de ambientes de trabalho que não só promovem o bem-estar dos colaboradores a curto prazo, mas também garantem a sua saúde e satisfação a longo prazo. O Happiness Camp 2024 vai continuar a explorar este tema através de palestras e workshops que abordam áreas como a saúde mental, a diversidade e inclusão, os desafios da liderança, a experiência do colaborador e o desenvolvimento de culturas organizacionais resilientes. A ideia é equipar as empresas com as ferramentas necessárias para promover uma sustentabilidade que engloba não só os recursos materiais, mas também o capital humano, de modo a garantir que ambos sejam geridos de forma responsável e ética.

De que forma é que a sustentabilidade humana é relevante no contexto empresarial?

A sustentabilidade humana é crucial no contexto empresarial porque o bem-estar dos colaboradores está diretamente ligado à produtividade e ao sucesso organizacional. Empresas que investem em sustentabilidade humana tendem a ter uma força de trabalho mais motivada, leal e inovadora. Além disso, a sustentabilidade humana ajuda a criar ambientes de trabalho que atraem e retêm talento. Ao garantir que os colaboradores têm um ambiente de trabalho saudável, seguro e inclusivo, as empresas não só promovem o seu próprio sucesso, mas também contribuem para um impacto social positivo.

Há iniciativas adotadas por empresas após participarem em edições anteriores?

Sim, muitas empresas que participaram em edições anteriores do Happiness Camp implementaram novas estratégias de bem-estar, resultando em melhorias significativas na satisfação e no bem-estar dos seus colaboradores. Em 2023, por exemplo, 75% dos participantes relataram mudanças positivas nas suas empresas, como a introdução de novos programas de saúde mental e iniciativas para promover a inclusão e a diversidade. Além disso, a formação contínua oferecida pelo Happiness Camp, como a certificação de “Happiness Manager” e a Learning Academy, ajudou a consolidar estas práticas dentro das organizações.

Que palestras são, na sua opinião, mais interessantes? As que vão atrair mais público, por exemplo.

Entre as palestras mais aguardadas estão as de Lori George, ex-diretora Mundial de Diversidade, Equidade e Inclusão na Coca-Cola, que abordará estratégias de liderança orientadas para o propósito, e a de Nahal Yousefian, vice-presidente de Recursos Humanos da Netflix, que falará sobre inovação e resiliência.

A palestra de Tom Freeman e Kali Fields Williams da Headspace, focada no impacto da saúde mental na performance organizacional, também promete atrair muitos participantes, dada a relevância do tema. Com toda a experiência e perspetiva que ganharam em meios corporativos de grande dimensão, estes oradores certamente vão captar a atenção de uma audiência ampla e diversificada.

O que são os Happiness Labs? Quais as suas vantagens?

Os Happiness Labs são masterclasses práticas e interativas que se distinguem das palestras tradicionais por serem mais intimistas e orientadas para a aplicação prática do conhecimento. Com um limite de 150 participantes por sessão, essas masterclasses proporcionam uma abordagem mais personalizada, permitindo a análise de casos concretos e a exploração de ferramentas práticas que podem ser aplicadas à realidade de cada participante. Os Happiness Labs oferecem uma experiência de aprendizagem mais aprofundada e envolvente, complementando os temas abordados nos palcos principais do evento – o “Happy Stage” e o “Joyful Stage powered by Vestas”.

À semelhança dos palcos principais do evento, a agenda dos Happiness Labs dedica-se também numa abordagem holística da sustentabilidade humana. As várias sessões práticas são promovidas por organizações que facultam a formação contínua de colaboradores de empresas, como a Nova Business School e a Lisbon Digital School, e por instituições especializadas numa área do espetro da sustentabilidade social e humana como a Ordem dos Psicólogos, o International WELL Building Institute, a It Gets Better Portugal, entre outros. Abordamos e dotamos os participantes de ferramentas práticas em áreas como saúde mental, linguagem corporativa inclusiva, marketing de recrutamento, espaços de trabalho mais saudáveis, entre outros.

Quais são os planos futuros para o Happiness Camp? Existem planos de expansão para outras cidades?

Os planos futuros para o Happiness Camp são bastante ambiciosos e focam-se no crescimento e na expansão do projeto. Queremos aumentar significativamente a adesão de participantes e empresas, pois acreditamos que a nossa mensagem e as experiências proporcionadas têm um impacto positivo e duradouro. Além disso, estamos a considerar a possibilidade de estender a duração do evento, oferecendo uma programação ainda mais rica e diversificada, capaz de atrair um público de todas as origens. No que diz respeito à expansão geográfica, sim, temos planos para levar o Happiness Camp para outras áreas do território, permitindo que mais pessoas possam beneficiar das nossas iniciativas e contribuindo para a construção de comunidades mais felizes e resilientes em várias regiões. Estamos entusiasmados com as oportunidades que o futuro nos reserva e comprometidos em continuar a crescer e a evoluir.