Ativos de risco valorizam em 2021

O S&P 500 renovou esta semana máximos históricos pela 71ª sessão este ano. As bolsas norte-americanas foram impulsionadas pelas retalhistas como Walgreens e Nike, enquanto os investidores ignoravam as preocupações com a disseminação da variante Ómicron.

A meio da semana, o Dow Jones havia subido seis sessões consecutivas, marcando a mais longa sequência de ganhos desde as sete sessões de subidas de 5 a 15 de março deste ano. Em 2021 os principais índices de ações dos EUA registarão o seu terceiro ano consecutivo de retornos anuais impressionantes, impulsionados por estímulos orçamentais e monetários históricos. O S&P 500 registou o melhor desempenho de três anos mais forte desde 1999.

No entanto, o mercado de obrigações a nível global teve o pior desempenho desde 1999. É um ano marcadamente de risk on. O índice de obrigações agregadas globais do Barclays, uma abrangente referência de 68 biliões de dólares de dívida soberana e corporativa, apresentava até ao início desta semana um retorno negativo de 4,8% em 2021. Esta classe de ativos segue penalizada este ano pela elevada inflação e pelos esforços dos bancos centrais para controlar esse crescimento dos preços.

As ações europeias valorizaram na semana e o Stoxx 600 atingiu o máximo das últimas cinco semanas, apesar das preocupações com a Ómicron a persistirem. França aumentou as restrições e os casos de Covid-19 subiram em Espanha e no Reino Unido.

O apetite pelo risco permanece forte no final do ano, apesar da ameaça da variante Ómicron prejudicar uma economia global que enfrenta uma relativa desaceleração do crescimento, persistentes bottlenecks e preços mais elevados. O Stoxx 600 está perto do seu melhor mês desde março deste ano, adicionando cerca de 6% em dezembro e ganhando cerca de 22% em 2021, após uma desvalorização de 4% em 2020.

A fabricante de automóveis alemã BMW tem planos para criar até seis mil empregos no próximo ano e se preparar para a crescente procura pelos seus veículos elétricos.

O italiano BPER Banca concordou em contratar 550 funcionários e tornar 300 contratos temporários em permanentes após 1.700 saídas que o quinto maior banco de Itália já anunciou em setembro.

A Samsung Electronics e a Micron Technology, duas das maiores fabricantes mundiais de chips de memória, alertaram que o confinamento ditado pela pandemia de Covid-19 na cidade chinesa de Xi’an poderia afetar as bases de produção de chips na área.

As autoridades chinesas impuseram restrições às viagens dentro e fora de Xi’an desde 23 de dezembro, em linha com a iniciativa de Pequim de conter imediatamente os surtos assim que surgirem. O aumento das restrições, que entraram em vigor no início deste mês, podem ser cada vez mais difíceis de mitigar e resultarem em menores níveis de mão de obra.

Os pedidos iniciais de subsídio de desemprego nos EUA continuam a mostrar a robustez do mercado de trabalho norte-americano e caíram na semana passada, permanecendo perto do nível mais baixo em mais de 50 anos.