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Americana Cognizant vai tornar Portugal cento de negócios na Europa

Tecnológica está em Lisboa desde 2018, mas tem um plano estratégico a cinco anos que envolve o país. "Começámos com um andar de um edifício e neste momento estamos em três em Lisboa. O que prevemos é que, mais cedo ou mais tarde, teremos de consolidar toda a operação num único local", diz o CEO em Portugal.

De Nova Jérsia para Lisboa em 2018 e agora prestes a tornar a capital portuguesa na protagonista do negócio europeu. É assim que a tecnológica norte-americana Cognizant olha para Portugal num horizonte a cinco anos, estando até a avaliar a relocalização dos escritórios que tem no LACS, revela o CEO da subsidiária nacional, em entrevista ao Jornal Económico (JE).

“No ano passado, crescemos cerca de 500 pessoas e este ano já crescemos cerca de 300 e temos objetivos de continuar a crescer em Portugal e atingir as mais de 2.000 pessoas até ao final de 2023. Esta evolução tem uma componente muito virada para a procura do melhor talento no mercado nacional, utilizando sinergias com as universidades, recursos existentes em Portugal e fora do país”, referiu Maximino Gouveia.

A empresa do sector das Tecnologias da Informação (TI) pretende converter Portugal num “país protagonista” e “um importante polo de atração de trabalhadores” com mais de 2000 pessoas, o que prevê a contratação de cerca 200 funcionários nos próximos meses. Desenvolvimento de aplicações móveis, marketing digital, apoio ao cliente, edição de conteúdos para redes sociais, Inteligência Artificial, Realidade Aumentada e engenharia do metaverso são as áreas prioritárias de recrutamento.

Não há bela sem senão: os recursos que forem trabalhar para a área tecnológica pura e dura (desenvolvimento de software, segurança de aplicações móveis…), como são mais escassos, podem ter um modelo de híbrido de trabalho ou home office, enquanto os da equipa ligada ao outsourcing terão um regime presencial devido a questões contratuais com os clientes.

“Começámos com um andar de um edifício e neste momento estamos em três em Lisboa. O que prevemos é que, mais cedo ou mais tarde, teremos de consolidar toda a operação num único local. Temos estado a olhar para algumas opções. É apenas uma questão de decidir”, explicou o CEO da Cognizant Portugal ao JE.

Porquê a aposta em Portugal ao fim de cinco anos? Segundo Maximino Gouveia, o país “tem sido, reconhecidamente ao longo dos últimos anos, um país que atrai muita mão-de-obra estrangeira, qualificada”, o que lhes permite servir os clientes internacionais noutros idiomas com mais facilidade. “Modéstia à parte, mas somos um povo que se adapta extremamente bem à língua estrangeira em comparação com outros países da Europa. Depois, o facto de ser um país extremamente amigável, seguro, com boas condições de vida e um clima fantástico faz com que haja muitos estrangeiros a virem trabalhar para Portugal”, afirma.

Entre abril a junho, a Cognizant viu os lucros globais caírem 19% para 463 milhões de dólares (426 milhões de euros) e a receita deslizar 0,4% para 4,9 mil milhões de dólares em relação ao segundo trimestre de 2022. Contudo, os bookings - contratos assinados que irão produzir a receita nos próximos anos – aumentaram 17% em termos homólogos para um recorde a doze meses de 26,4 mil milhões.