A Aliança Democrática (AD) projeta um crescimento de 3,4% no final da legislatura, ou seja, em 2028, alicerçado numa procura interna mais forte e numa dinâmica mais acelerada de exportação e investimento suportadas por uma carga fiscal mais baixa. Ao mesmo tempo, a coligação pretende deixar a dívida pública abaixo de 90% no mesmo horizonte temporal.
A AD coloca como metas estratégicas o estímulo do crescimento e produtividade, apontando a taxas de crescimento de 3,5% no final da próxima legislatura e de 4% na seguinte. Para 2024, o cenário macroeconómico da AD prevê um avanço de 1,6% do PIB, taxa que acelera significativamente nos anos seguintes: 2,5% em 2025, 2,7% em 2026 e 3,0% em 2027, até chegar a 3,4% em 2028, fim da legislatura.
Luís Montenegro, na apresentação do programa económico da AD, explicou que “a base é baixa”, pelo que “não é possível alcançar esse resultado [3,4%] logo no primeiro ano, é preciso percorrer um caminho ao longo da legislatura”.
Este crescimento é baseado numa política de estímulo à produtividade, redução da carga fiscal e aumento das remunerações, o que sustentaria um consumo privado acima do projetado pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP), autor do cenário de políticas invariantes em que a AD baseia o seu exercício de previsões. A AD antecipa que o consumo interno avance 1,2% este ano, 2,0% no próximo e 2,3% em 2026, saltando para 2,8% em 2027 e para 3,2% em 2028.
Na base desta projeção está a expectativa que a procura interna revele maior dinamismo do que espera o CFP, crescendo 1,8% este ano, 2,5% no próximo e 2,6% em 2026, fechando em 3,1% em 2028. Para este maior dinamismo, a AD explica que o principal motor será a redução da carga fiscal, tanto pelo IRS (com as mudanças no IRS Jovem, nas taxas do imposto e com uma isenção de prémios de produtividade), como pelo IRC.
Recorde-se que o JE havia já antecipado que a AD pretendia alcançar um crescimento acima de 3% no final da legislatura, apontando também a um rácio de dívida abaixo de 90%. Esta visão é agora confirmada pelo programa económico da coligação apresentado esta terça-feira.
O cenário macro previsto pela AD prevê ainda maior dinamismo do investimento e uma recuperação da força mostrada pelas exportações nos últimos anos, isto depois do rombo vivido em 2023. O investimento deve avançar 3,7% este ano, 5,2% em 2025 e 4,5% em 2026, estabilizando em 3,2% e 3,4% em 2027 e 2028, respetivamente. Do lado do consumo público, este cresce de forma mais contido, refletindo a contenção da despesa pretendida pela coligação.
Já as exportações avançam 2,5% este ano, acelerando para 3,8% e 4,0% em 2025 e 2026, antes de estabilizarem em 4,4% em 2027 e 2028.